Dupla que espancou e ateou fogo em homem ainda vivo para roubar R$ 30 mil de vaquinha virtual, vai a júri popular
Vítima arrecadou dinheiro para pagar um tratamento renal. Crime ocorreu no dia 10 de julho de 2020, no Conjunto Estrela do Sul, em Aparecida
Por: Suely Carvalho
O Ministério Público de Goiás (MPGO), na sexta-feira (4), acatou a denúncia oferecida contra Bárbara Morais dos Santos e Matheus Teixeira Carneiro, acusados de homicídio triplamente qualificado e furto qualificado.
O crime ocorreu no dia 10 de julho de 2020, contra José Ricardo Fernandes, 44 anos, por volta das 13 horas, no Conjunto Estrela do Sul, em Aparecida de Goiânia.
O promotor de Justiça Milton Marcolino dos Santos Júnior na época do ocorrido, ofereceu a denúncia poucos dias depois e a mesma foi aceita pelo juiz Leonardo Fleury Curado Dias em abril de 2021.
O magistrado designou e mandou o casal a júri popular, cuja audiência a ser presidida pelo promotor de acusação Milton Marcolino, está confirmada para esta terça-feira (8), às 8h30. no Fórum de Aparecida de Goiânia.
José Ricardo ficou conhecido na internet após velar o corpo da mãe sozinho
José Ricardo ficou conhecido em Goiás após uma foto em que ele velava o corpo da mãe sozinho ter viralizado nas redes sociais. Reportagens feitas à época também deram bastante visibilidade ao caso.
Fator que chamou a atenção de Bárbara e fez com que ela se aproximasse da vítima. A dupla espancou a vítima e, com ela ainda viva, ateou fogo em seu corpo, causando-lhe ferimentos que levaram à sua morte. Na mesma ocasião, levaram da casa de José Ricardo uma televisão, um celular e sua carteira.
Segundo apurado, a vítima tinha insuficiência renal e se submetia à hemodiálise. A mulher, então, teve a ideia, e se dispôs a arrecadar dinheiro para seu tratamento, com uma “vaquinha” virtual, na qual conseguiu cerca de R$ 30 mil, o que a levou a ir frequentemente à casa do homem.
Com a intenção de ficar com o valor que havia sido arrecadado, a mulher começou a planejar a morte da vítima.
Assim, de acordo com a denúncia, no dia 9 de julho, publicou em rede social, por meio de um perfil falso, um anúncio no qual dizia procurar uma pessoa que fizesse serviço pesado para “acabar com um véi tarado”.
Nesse contexto, encontrou Matheus e ajustou com ele a prática do crime, com a promessa de recompensa de R$ 2 mil.
No dia do crime, Bárbara foi até a residência da vítima, que permitiu sua entrada.
Foi ela que teria aberto o portão para Matheus entrar, que aguardava do lado de fora, se passando por um doador de cesta básica.
Dentro do imóvel, os denunciados, então, espancaram a vítima, jogaram álcool nela e, com José Ricardo ainda vivo, atearam fogo em seu corpo, sem lhe dar chance de defesa. A vítima chegou a ser socorrida, mas não resistiu aos ferimentos.
Na mesma ocasião, saquearam também a casa de José, levando uma televisão, um celular e sua carteira.