UFG desenvolve testes para identificação de linhagens da COVID-19
Teste permite ampliar detecção de linhagens com maior rapidez e menor custo
A inferência de variantes baseada em testes moleculares já vem sendo desenvolvida e utilizada para auxiliar a vigilância genômica em todo mundo. No Brasil, no período de dezembro de 2021 à abril de 2022, foram realizados 21.993 testes de inferência baseados em RT-qPCR (transcrição reversa seguida da Reação em Cadeia da Polimerase em tempo real). Entretando, a RT-qPCR ainda é uma técnica com custo razoavelmente elevado e necessita de instrumentação sofisticada.
A professora do Instituto de Química da UFG, Gabriela Duarte que coordena a pesquisa, explica que, inicialmente, como prova de conceito do teste, o grupo de pesquisa desenvolveu os testes RT-LAMP para inferência das linhagens BA.1 e BA.2 da variante Ômicron do SARS-CoV-2, predominantes no primeiro semestre de 2022. Em parceria com o Laboratório de Vírus Respiratórios e Sarampo (Laboratório de Referência para COVID-19-OMS) da Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ), os testes foram avaliados em um painel de 267 amostras clínicas previamente sequenciadas. Os testes RT-LAMP desenvolvidos apresentaram acurácia geral superior à 98 % quando comparado com o sequenciamento genético. Ela também explica que o teste pode ser adaptado para novas variantes predominantes, facilitando o rastreio das linhagens. O teste não descobre novas variantes, mas foca no sequenciamento nas amostras mais prováveis de apresentar as novas variantes, explica a professora.
Estes testes mostram que a eficácia do teste desenvolvido na pesquisa é suficiente para que possa ser aplicado na prática e auxiliar na vigilância epidemiológica. E essas são, segundo a pesquisadora, as principais vantagens de se desenvolver esse tipo de teste: conhecer rapidamente o cenário epidemiológico e a racionalização do sequenciamento genético para a identificação precoce de novas variantes.