Vandalismo em Brasília: goianos apontados como “financiadores” terão que pagar por danos causados ao patrimônio público
Caminhoneiro Yres Guimarães, de Rio Verde, e o comerciante Rafael da Silva, de Catalão, seguem presos pelo envolvimento no vandalismo em Brasília e tiveram bens bloqueados pela justiça.
Por Suely Carvalho
A Advocacia-Geral da União (AGU) entrou com pedido na Justiça do Distrito Federal (DF) para a condenação dos presos acusados de envolvimento nos atos terroristas” aos Três Poderes, no dia 8 de janeiro. Justiça também ara que que os “financiadores” paguem pelo prejuízo causado às sedes do Palácio do Planalto, Congresso Nacional e Supremo Tribunal Federal (STF).
O valor estipulado pelo orgão gira em torno de R$ 20,7 milhões.
Ao todo 54 pessoas físicas, entre elas, os 02 goianos, 03 empresas, 01 associação e um sindicato são apontados como os “patrocinadores” dos ônibus que levaram os manifestantes à Praça dos Três Poderes e agora terão que bancar o ressarcimento dos danos.
Os goianos acusados são Yres Guimarães, de Rio Verde e Rafael da Silva, de Catalão.
Os nomes de Yres e Rafael já estão na lista da AGU desde o dia 12 de janeiro, declarados como financiadores do transporte dos extremistas a Brasília.
Yres, que é caminhoneiro, afirmou que esteve em Brasília, mas que não participou do vandalismo e negou seu envolvimento no financiamento dos atos.
A justiça também bloqueou os bens dos investigados e o caminhoneiro afirmou que em sua conta tinha pouco mais de mil reais.
“Sou apenas um trabalhador simples, não tenho dinheiro para nada. Não sei onde tiraram isso”, pontuou.
Já Rafael, é comerciante e tem um bar na cidade de Catalão.
O próprio acusado confirmou em suas redes sociais a participação nos atos.
“O povo chora só por causa de 3.000 conto, foi só um lanche e o combustível”, referenciou em relação ao financiamento nos atos golpistas.
No documento, a AGU ressalta que todos os envolvidos “tiveram papel decisivo no desenrolar fático ocorrido no último dia 08 de janeiro de 2023” e que os acusados financiaram a contratação de ônibus para o transporte.
Dentre os itens vandalizados nos prédios públicos está computadores, mesas, cadeiras, vidros das fachadas, itens mobiliários e obras de artes históricas.
Mesmo com o valor de R$ 20,7 milhões que a AGU estipulou ao grupo, o percentual pode aumentar conforme seja atualizado todo o cálculo do prejuízo.
Os dois moradores de Goiás e os demais acusados de participação nas invasões foram beneficiados pelo auxílio emergencial, ajuda do Governo Federal às pessoas em situação de vulnerabilidade social durante a pandemia da covid.
Ao todo, Yres recebeu R$ 3 mil e Rafael R$ 5.250 do recurso pago pela União.