Derrubada de 86 árvores na avenida 136 pode ampliar áreas e intensidade de alagamentos em Goiânia
População realiza manifestação contrário ao empreendimento que causou o desmatamento no final desta sexta-feira
Como relatamos hoje na matéria“Mudanças climáticas e verticalização aumentam pontos de alagamento em Goiânia”, feita especialmente para a edição impressa desta sexta-feira, 24 de fevereiro, Goiânia, capital de Goiás vê anualmente o número de áreas que sofrem alagamentos na cidade crescer. Entre os motivos apresentados pelos dois especialistas ouvidos na matéria estão mudanças climáticas, adensamento populacional e falta de áreas verdes.
Um exemplo dessa questão foram as chuvas intensas da terça-feira, 21 de fevereiro, que deixaram alagados muitos pontos da cidade. Entre eles destacou-se o transbordamento do Lago das Rosas. As cenas podem ser conferidas neste link.
Em um momento que a capital de Goiás busca respostas para solucionar estes problemas e que especialistas como o Engenheiro Civil e Conselheiro do Crea-GO, Henrique Toledo Santiago, que destaca que é preciso investimento para atualização do sistema de água pluvial, principalmente nos bairros que estão recebendo grande verticalização, a Prefeitura de Goiânia autorizou a derrubada de 86 árvores de 15 espécies na avenida 136, no setor Sul.
As árvores ficavam próximas a mais importante nascente do Córrego Buriti, que abastece o Bosque dos Buritis e o Lago das Rosas. O presidente da Associação Pró-Setor Sul, Edmilson Moura, lamenta o desmatamento e destaca que a ação pode secar a nascente do córrego. avaliou que o desmatamento na região pode secar a nascente. Ele destaca que o local deveria ser uma área de preservação ambiental devido às nascentes importantes que ali estão.
Especialistas em meio ambiente tem destacado que a derrubada das árvores é preocupante porque pode gerar problemas graves resultantes da perda de vegetação e permeabilização do solo. Segundo professores da UFG, é possível a ampliação e aumento da intensidade dos alagamentos na região da construção e ao longo de todo o caminho percorrido pelo Córrego dos Buritis.
Entre os pontos preocupantes, que estão na lista de pontos críticos de alagamentos em vias públicas de Goiânia – que foi elaborada pela defesa civil da cidade, destacam-se a Rua 87 com Avenida Cora Coralina e Rua 132, no Setor Marista; além da Avenida Assis Chateaubriand, na região próxima ao Tribunal de Justiça do Estado de Goiás.
Protesto da população
A Associação Pró Setor Sul (Aprosul) programou para as 18 horas da próxima sexta-feira (24), uma manifestação após desmatamento de área de 5 mil metros quadrados localizada na esquina da Avenida 136, Rua 132 e Rua 148, no Setor Sul.
O protesto tem como objetivo a preservação de nascentes no local. O desejo dos moradores é a criação de um espaço público de convivência, mantido como área de preservação; Evitar a impermeabilização do solo, inundações e alagamentos, além de consequências negativas para o trânsito e Meio Ambiente
Posicionamento da Construtora
Já o Grupo IS Marista, responsável pelo terreno da Av. 136, em Goiânia, se posicionou, por meio de nota, que as obras no local não afetam nenhuma nascente. De acordo com a empresa, não houve desmatamento na área.
A nota enviada à imprensa, diz que a área não é considerada como local da nascente do Córrego dos Buritis. A construtora afirma que existe uma nascente no ambiente, mas que fica a mais de 300 metros do local adquirido pelo grupo empreendedor.
Todas as informações sobre este caso, com uma análise detalhada sobre o assunto estarão na edição de sábado do Jornal Diário de Aparecida