Goiás endurece fiscalização contra a violência contra a mulher
Objetivo da Operação Átria é minimizar impacto da violência na sociedade e diminuir números de feminicídio
Desde a segunda-feira, 27 de fevereiro, as forças de segurança de Goiás intensificaram i a fiscalização de medidas protetivas e o cumprimento de mandados de prisão. O combate ao feminicídio é um dos pontos principais da segunda gestão do governador Ronaldo Caiado (UB). Isso por que o crime, mesmo tendo queda em relação ao ano anterior, apresenta números elevados e preocupa a sociedade por estar muito acima da média nacional.
Além da morte violenta de mulheres, estão no foco da operação os crimes de estupro, lesão corporal, ameaça, assédio sexual, importunação sexual e violência psicológica. As equipes, de todas as polícias do estado, estão apurando denúncias, realizando visitas e diligências, instaurando procedimentos e vão desenvolver campanhas educativas
O Batalhão Maria da Penha ganhará reforço em todas as regionais durante o mês de março, quando se comemora o Dia Internacional da Mulher. Somente na capital, são acompanhadas cerca de 2.500 medidas protetivas. Em 2022, o estado registrou 57 feminicídios, número 5% maior que o registrado em 2021, quando houve 54 casos.
A Operação Atria faz referência ao nome da principal estrela da constelação denominada “Triângulo Austral”, do hemisfério estelar sul, que possui coloração alaranjada – remete à posição fundamental da mulher na estrutura familiar. Além das polícias, a operação envolve o Corpo de Bombeiros Militar (CBM) e a Guarda Civil Metropolitana (CGM).
Dados anteriores:
Em 2021, foram registrados 54 feminicídios. Em 2022, o número caiu para 48. Em 2021, foram registrados 248 estupros. No ano passado o número foi de 238. Em 2021, 15.734 mulheres registraram queixa de ameaça. Em 2022, o número caiu para 11.739. As denúncias de lesão corporal contra as mulheres foram de 10.782 em 2021. Ano passado o número caiu para 8.247. Também caíram as denúncias de crimes contra a honra, que são injúria e difamação. Em 2021, foram 10.735 registros. Ano passado, foram registrados 8544.
De acordo com o secretário de Segurança Pública, coronel Renato Brum, o maior desafio para a Segurança Pública de Goiás é o feminicídio. Ele destaca que este crime é o que tem recebido prioridade nas ações de planejamento e estratégia para o ano de 2023.
O crime, que são homicídios praticados contra a mulher por razões da condição do gênero feminino e em decorrência da violência doméstica e familiar, ou por menosprezo ou discriminação à condição de mulher, é um dos poucos índices que não tiveram queda expressiva no relatório que engloba os anos de 2018 a 2022.