Notícias
Tendência

Estimativa aponta que 30% da população brasileira adulta  estará obesa em 2030

Desde 1975, o número de diagnósticos triplicou no Brasil; o consumo excessivo de açúcar e gorduras saturadas são os grandes vilões para o aumento

Mais de 1 bilhão de pessoas no mundo são obesas, sendo 650 milhões adultos, 340 milhões adolescentes e 39 milhões crianças, segundo dados divulgados pela Organização Mundial da Saúde (OMS). A situação é crítica. Somente no Brasil, 41 milhões de pessoas são obesas. Estima-se que, até 2030, 30% da população adulta esteja acima do peso.

No Brasil, entre 2006 e 2019, a obesidade aumentou 72%, de acordo com levantamento do Sistema de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel). Os casos de sobrepeso (IMC ≥ 25 kg/m2) já atingem 55,4% da população, sendo 57,1% em homens e 53,9% em mulheres, enquanto que a obesidade (IMC ≥ 30 kg/m2) acomete 19,8% dos brasileiros.

Os números colocam o Brasil entre os países mais obesos do mundo. É o 3º entre os homens e o 5º entre as mulheres.O sedentarismo e a alimentação inadequada e excessiva são as principais causas da obesidade. No entanto, a doença é complexa e multifatorial. Fatores genéticos podem estar relacionados, assim como psicológicos, quando o estresse, ansiedade e frustrações diante de problemas da vida desencadeiam crises de compulsão alimentar e aumento do apetite.

Com o intuito de conscientizar os cidadãos a respeito da importância da prevenção e contenção do avanço da doença crônica multifatorial progressiva, bem como mudar perspectivas, corrigir equívocos e acabar com estigmas e preconceitos, diversas ações alusivas ao Dia Mundial da Obesidade, celebrado no próximo dia 04, tem sido realizadas em todo mundo ao longo desta semana.

A obesidade é uma condição identificada pelo excesso de gordura no corpo, que pode levar a uma série de problemas de saúde, como diabetes, doenças cardíacas e hipertensão arterial. Segundo dados do Ministério da Saúde, o número de diagnósticos triplicou no Brasil desde 1975, com um aumento de quase cinco vezes entre crianças e adolescentes. O consumo excessivo de açúcar, gorduras saturadas, processados e ultraprocessados, são os principais fatores para o crescimento.

 

A nutróloga Aline Longatti pontua que é preciso ver a obesidade como uma doença e com os riscos que ela carrega. Crédito: Divulgação
A nutróloga Aline Longatti pontua que é preciso ver a obesidade como uma doença e com os riscos que ela carrega. Crédito: Divulgação

A nutróloga Aline Longatti destaca que é preciso ressaltar que a obesidade é uma doença e que há meios clínicos para tratá-la. Ela destaca que emagrecer e que a grande dificuldade de quem quer emagrecer é evitar o famoso efeito sanfona, aquele emagrece e engorda, sem conseguir manter o peso adequado por muito tempo.

Ela destaca ainda que existe explicação científica para isso. “Após a perda de peso, ocorre um mecanismo fisiológico e hormonal em que o próprio organismo busca repor as calorias perdidas, como se fosse se proteger. O hormônio da fome (grelina), por exemplo, fica mais alto quanto mais a pessoa emagrece. Esse é um fenômeno fisiológico muito forte e complexo. Outra coisa que acontece no corpo de quem perde peso é uma menor sensibilidade ao hormônio leptina, responsável pela sensação de saciedade. Portanto, a disciplina é para o resto da vida, mas em especial nos cinco primeiros anos após a perda dos quilos, é o segredo para manter o peso. Se trata de uma mudança de estilo de vida”” explicou.

A médica destaca ainda que a obesidade é um fator de risco para diversas doenças e que  Organização Mundial de Saúde (OMS) já pontuou em destaque as  doenças cardiovasculares, principalmente problemas cardíacas e acidentes vasculares cerebrais; aumento do colesterol e triglicérides;diabetes; distúrbios músculo-esqueléticos; alguns tipos de câncer, como endometrial, mama, ovário, próstata, fígado, vesícula biliar, rim e cólon.

“A obesidade também afeta a saúde emocional. Quem está acima do peso sofre com os estigmas sociais e, não raro, o acompanhamento psicológico pode ser necessário”, explicou a nutróloga.

Médico diz que cirurgia bariátrica pode ser a solução

Paulo Reis, cirurgião metabólico e bariátrico destaca que a cirurgia não é estética, mas a curta para uma doença chamada obesidade
Paulo Reis, cirurgião metabólico e bariátrico destaca que a cirurgia não é estética, mas a curta para uma doença chamada obesidade

Paulo Reis, cirurgião metabólico e bariátrico, explica que a cirurgia bariátrica é uma solução permanente para quem tem obesidade.  Ele enfatiza que o procedimento não é estético, mas uma opção médica para tratar uma doença que acomete o organismo e que pode causar diversas outras.

“A cirurgia bariátrica é recomendada para pacientes que têm obesidade a partir do grau dois,  que seria a partir do IMC de trinta e cinco. Para poder saber o IMC, que é o cálculo do peso dividido pelo quadrado da altura,  ou seja, a pessoa tem cem quilos  e um metro e cinquenta. Cem quilos e divide por um metro e cinquenta vezes um metro e cinquenta. Se esse resultado der de 35 para   cima ela pode consultar um cirurgião bariátrico para poder ver se ela tem indicação”” explicou Paulo Reis.

De acordo com o cirurgião, há um mito de que a cirurgia é perigosa.  E explica que  qualquer cirurgia tem risco, mas que a própria obesidade oferece um  risco muito maior  ao paciente. “O paciente está acima do peso, ele tem chance de fazer um infarto, um derrame.  É preciso ficar claro que a  cirurgia bariátrica não é uma cirurgia estética. Ela é pra tratar uma doença, o que pode causar outras doenças como diabetes, colesterol alto, hipertensão”, finalizou.

Fernanda Cappellesso

Olá! Sou uma jornalista com 20 anos de experiência, apaixonada pelo poder transformador da comunicação. Atuando como publicitária e assessora de imprensa, tenho dedicado minha carreira a conectar histórias e pessoas, abordando temas que vão desde política e cultura até o fascinante mundo do turismo.

Artigos relacionados

Botão Voltar ao topo