117 alunos goianos participam do Festival Nacional de Robótica
Com soluções em energia, times goianos disputam a maior competição da área no País, que reúne mais de 2 mil estudantes
Nada menos do que 117 alunos que integram times de robótica de escolas do Sesi de Goiânia, Anápolis e Catalão já estão rigorosamente concentrados, como se diz no jargão futebolístico, e vivem expectativa de embarcar na semana que vem para Brasília, onde disputam entre dias 15 e 18 de março, na Arena BRB Mané Garrincha, o 5º Festival Sesi de Robótica. É a maior competição da área no País e vai reunir mais de 2 mil estudantes de escolas da rede Sesi e Senai, públicas e privadas das 27 unidades da federação.
Com idade entre 9 e 19 anos, eles precisam ir bem além das disciplinas aprendidas na sala de aula e usar conhecimentos de engenharia, programação, marketing, negócios e projetos sociais nas disputas, desenhadas para estimular a criatividade e o pensamento crítico. O evento conta com quatro modalidades: a First Lego League Challenge (FLL), a First Tech Challenge (FTC), a First Robotics Competition (FRC) – organizado em parceria com o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai) – e o F1 in Schools.
Na FLL, cinco times foram classificados após passar por seletivas regionais em dezembro de 2022. Com o tema, Super Powered, ligado à área de energia, os competidores são avaliados não só pela construção, programação e desempenho do robô nas missões, como também pelos valores que a equipe carrega e transmite durante a competição e pela solução inovadora que apresenta dentro da temática da temporada. Somados, esses critérios levam ao prêmio principal, o Champion’s Award.
PROJETOS
No projeto de inovação, os alunos criaram soluções para as diferentes fontes energéticas, como vento, sol e água. A equipe Robotic Engineers, do Sesi Campinas, em Goiânia, desenvolveu um sistema inteligente capaz de resfriar placas fotovoltaicas, as quais, segundo os alunos, ao superaquecerem perdem 35% de sua eficiência. Por meio de um sistema de encanamento acoplado nos painéis solares, quando o sensor de temperatura detecta que a temperatura das placas está acima de 50 graus, automaticamente o sensor envia o alerta para a bomba de água, que liberando a água armazenada nos canos, reduz então a temperatura das placas e aumenta sua eficiência energética em 100%.
Outro grupo de estudantes do Sesi Campinas, integrantes da equipe StarPray, propõe um impermeabilizante que atua como uma camada protetora com o objetivo de impedir que os conectores das placas solares absorvam água, ou até mesmo se ressequem devido à ação do tempo, evitando a perda de sua eficiência energética.
Os alunos da Titans L.J. Planalto, do Sesi Planalto, na capital, criaram uma substância líquida encapsulada produzida a partir de componentes da canela, um componente que repele os pássaros devido a seu odor e sabor. A ideia é que a invenção seja usada no isolamento dos fios condutores, evitando a danificação das fiações por pássaros. Da mesma unidade, a LJ Origens desenvolveu uma turbina eólica de 1,60 metros de altura feita de alumínio, tecido acquablock e silicone. O projeto foi criado para diminuir os prejuízos causados por quedas de energia na zona rural, já que com o custo de R$ 756,20 seria acessível para mais pessoas.
Igualmente da capital, o Sesi Canaã será representado pela Life Sesi Canaã, que vai apresentar uma tinta com pigmentação roxa, criada para afastar aves das pás dos aerogeradores. Segundo a pesquisa dos alunos, o impacto causado pelos animais nas pás causa danos na produção e no custo da energia eólica. A equipe Web 62, da Escola Sesi Senai Jardim Colorado, na Região Noroeste, desenvolveu um dispositivo que localiza problemas que fazem o disjuntor desarmar. O sensor simplifica o conserto do problema e evita danos severos na rede de energia elétrica.