Aparecida
Tendência

Projeto social dá suporte a pessoas em situação de vulnerabilidade

Maior parte das famílias atendidas pelo projeto Pingo de Gente tem familiares detentos

“ Eu não sabia que ele vendia drogas. Não éramos ricos mas tínhamos uma situação equilibrada. Nunca havia faltado alimento, roupas e dignidade  para meus filhos. Mas isso mudou com a prisão dele. Foi aí que descobrimos que ele estava envolvido com tráfico. Perdemos nossa casa e fomos jogados na rua, sem dinheiro até pra comer. Eu fui mãe com 13 anos e, por isso, que eu nunca trabalhei. Entrei em desespero ao ver meus filhos passando fome”, disse M. J. S,  ex-mulher de um detento, que não identificou seu nome por segurança.

M.J.S Relatou ainda que ela e seus 5 filhos  foram abrigados  por uma amiga, no setor Miramar. Seu filho mais velho tinha 14 anos e ela conta que os “amigos do trágico” passaram à procurá-lo para ocupar o lugar do pai e garantir o sustento da família.

“Foi muito difícil. A escolha era não permitir que meu filho seguisse o caminho do pai ou manter a dificuldade absurda que estávamos passando”, revelou M.J.S. Ela acrescenta que foram projetos e programas sociais que permitiram que ela é os filhos  conseguissem manter distância dessa realidade.

Uma das ações que deu suporte a M.J.S e sua família foi o projeto Pingo de Gente, que fica em Aparecida de Goiânia, realiza ação social na cidade há quase 10 anos. Inicialmente a ação, que busca matar a fome, diminuir a situação de vulnerabilidade de mães e crianças em situação de risco e reinserir mulheres em situação de vulnerabilidade no mercado,  atendia apenas o bairro Miramar.

“Com a chegada da pandemia, em 2020, tivemos que expandir a nossa ação. Eram muitas pessoas que nos buscavam porque estavam passando fome e tinham crianças na mesma situação. Por mais que governo e município tivessem expandindo as ações sociais, eram muitas pessoas sem trabalho, muitas famílias em verdadeira precariedade alimentar”, explicou a advogada Fernanda Sarelli, idealizadora da ação.

Toda a  ação é financiada por Fernanda, por sua família e por alguns amigos próximos. A advogada explica que o objetivo principal tem sido garantir a alimentação de mães e crianças, que se deparam com situações de fome e abandono, quando seus parceiros são presos, quando morrem ou quando simplesmente deixam as famílias para trás.

A advogada Fernanda Sarelli desenvolve o projeto Pingo de Gente que dá suporte a famílias em vulnerabilidade
A advogada Fernanda Sarelli desenvolve o projeto Pingo de Gente que dá suporte a famílias em vulnerabilidade

“Nessas comunidades mais carentes nos deparamos com muita frequência como a realidade de mães com mais de uma criança, que são solteiras e estão desempregados; ou que seus companheiros estão presos. É uma situação muito triste, principalmente pelas crianças, que muitas vezes nem se desenvolvem de acordo pela falta de comida. Acredito que nossa obrigação colaborar com o próximo e por isso fazemos este trabalho”, explicou.

Hoje, o projeto Pingo de Gente atende mais de 300 famílias, com a entrega de alimentação mensal. A ideia, a curto prazo, é começar, por meio de parcerias, a realizar cursos para que essas mães possam se reinserir no mercado de trabalho e garantir o seu sustento e uma realidade melhor para o seus filhos.

Leia também a nossa edição impressa, clicando aqui.

 

 

Fernanda Cappellesso

Olá! Sou uma jornalista com 20 anos de experiência, apaixonada pelo poder transformador da comunicação. Atuando como publicitária e assessora de imprensa, tenho dedicado minha carreira a conectar histórias e pessoas, abordando temas que vão desde política e cultura até o fascinante mundo do turismo.

Artigos relacionados

Botão Voltar ao topo