26% dos pet`s sofrem de infecção de ouvido
Especialista explica que casos mais graves podem levar até a morte dos animais
“A primeira vez ficamos assustados. Ele esfregava a orelha no tapete e chorava. Confesso que até achei que era carrapato, pulga ou algo parecido. Levamos no veterinário. Foi aí que ele foi diagnosticado. Ele não tinha nem cinco meses. Foi muito sofrido para ele”, revelou o cantor Marcelo Martins sobre Olaf, o shitzu de 7 anos que é o pet de sua família.
Marcelo revelou ainda que as otites acontecem com frequência quando há mudança de clima para muito frio ou chuvoso. “Hoje, ele sofre menos porque já temos conhecimento, os cuidados e a medicação necessária em casa”, finalizou ao explicar que, no caso do Olaf, os sintomas são causados pela dermatite atópica, um tipo de alergia crônica, que o animal tem.
Como Olaf, 26% dos pets sofrem otite crônica ou recidivas. O problema compromete o bem-estar do animal. Entre os sintomas estão movimentos bruscos e contínuos da cabeça, coceira excessiva, vermelhidão nos condutos e mudança no aspecto do cerúmen.
De acordo com a veterinária Stefanie Poblete, as otites, são comuns nos pets e as causas são variadas. Podem ser causadas por fungos, ácaros, bactérias ou, em alguns casos, até em decorrência de processos alérgicos.
Segundo a veterinária, a formação do ouvido é um fator de predisposição. Ela explica que cães das raças Cocker Spaniel, Beagle, Shitzu, Basset Hound por terem orelhas “caídas”, apresentam com maior recorrência otites externas.
“A chamada orelha pendular, faz com que menos ar circule no canal auditivo. Como consequência há um aumento da temperatura e umidade nesse ambiente. Esses fatores, em conjunto, criam um ambiente propício para a proliferação de microorganismos”, explica a médica veterinária Stefanie Poblete.
De acordo com ela, essas infecções podem ser prevenidas cuidados simples como limpeza periódica dos canais auditivos e cuidados no momento do banho para que o ouvido não fique molhado.
De acordo com o Sindicato Nacional da Indústria de Produtos para a Saúde Animal (Sindan), as otites que reaparecem ou crônicas afetam 26% da população canina e felina e representam 15% dos atendimentos veterinários no país. Além disso, do total de otopatias em cães, 76,7% são de otite externa crônica (OEC).
A médica veterinária alerta que diagnóstico e tratamento são essenciais para a saúde e bem estar dos pets. “Com o diagnóstico diminuímos a probabilidade do quadro se tornar crônico e recidivante. Se o tutor notar que o ouvido do pet está com alguma alteração, deve procurar rapidamente auxílio profissional, para que ele indique a melhor conduta terapêutica”, disse.
A especialista destacou ainda que as infecções auditivas não tratadas podem gerar problemas graves de saúde e até a morte dos animais.
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