O Instituto Brasileiro de Tecnologia em Calçados (ITBC) destaca que em seus relatórios, a numeração dos pés dos brasileiros varia entre 34 a 40. Dados da Associação Brasileiras dos Produtores de Couro e Calçados apontam que os números mais vendidos são de 35 a 38.
Um estudo do ITBC aponta que não existe uma padronização única entre os pés dos brasileiros. A pesquisa mostra que os pés podem ser classificados em três tipos: delgado, normal e robusto. O levantamento mostra ainda que, quem tem o pé diferente do normal, encontra dificuldade em comprar calçados, principalmente quando este público é feminino.
A análise mostra que a diferença de volume entre o pé mais delgado e o robusto é de aproximadamente 70 mm para as mulheres. Por este motivo, o ITBC acredita que as indústrias deveriam ofertar três perfis diferentes para cada número de calçados. Nos Estados Unidos são cinco perfis diferentes para cada numeração.
A goiana Luciana Souza, 35 anos, que tem o pé considerado fora do padrão normal, concorda com o estudo. Ela, que tem 1,86 e calça 41, revela dificuldade em encontrar calçados femininos que atendam a sua numeração.
Ela revela que a dificuldade é tanta que, por muitos anos, ela recorreu a compras nos Estados Unidos. “Quando a pessoa ouve que eu encomendo nos EUA, ela logo pensa que eu estou querendo extravagância, mas compro o básico: tênis, rasteira, sapato social e sandália básica. Até porque os preços são tão caros que quem tem pé maior não pode se dar o luxo de ter muitos sapatos”, revela.
Ela explica ainda que, mulheres com pé maiores, tem que pensar no que irão usar em cada evento importante com muita antecedência. “Eu não posso simplesmente em cima da hora resolver o que calçar. Isso acontece porque não vou encontrar o que por em qualquer loja”, explicou.
Observando esse déficit do mercado, a também goiana Eva Lopes, decidiu investir na fabricação de sapatos com numeração até 43. Fabricante há sete anos, ela tem uma loja na Região da 44, no centro de Goiânia, onde vende no atacado e no varejo.
A fabricação das peças é autoral e focada no conforto e no bem estar das clientes. Eva explica que o início foi com a produção de sandálias rasteiras, sem salto e com mais conforto.
A empreendedora revela que o objetivo era oferecer para as mulheres bons produtos e solução para quem busca uma numeração maior, com vendas online. “A procura e a aceitação foram tão boas que ampliamos nossos produtos, inserimos novos designs e optamos por ter loja física poderia ampliar nossa visibilidade”, explica.