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Goiano desenvolve técnica que diminui a dependência do petróleo

O engenheiro químico de Goiás, Flávio César Freire Baleeiro, venceu prêmio internacional com a pesquisa

O engenheiro químico Flávio César Freire Baleeiro, de 33 anos, é um exemplo inspirador de como a pesquisa científica pode impactar positivamente o meio ambiente e a sociedade como um todo.

Seu trabalho na área de fermentação mixotrófica – fusão de duas outras fermentações que resulta na possibilidade da diminuição da dependência do petróleo – é uma demonstração de como a ciência pode ser utilizada para criar soluções inteligentes para os problemas globais.

Goiano e ex-professor do Departamento de Química (Industrial) da IFG, Flávio foi o grande vencedor do prêmio  Helmholtz, concedido a cada dois anos pela Academia de Ciências e Humanidades de Berlim-Brandenburgo, na Alemanha, por contribuições importantes nos campos de humanidades, ciências sociais, matemática, ciências naturais, biologia, medicina e engenharia.

De acordo com o jornal Correio Braziliense, onde concedeu entrevista, a fermentação pode substituir tudo que é feito a base de petróleo, porém, para algumas aplicações, os ácidos terão de ser convertidos em outro químico. “O processo é parecido com a produção de biogás, mas inibimos a formação do gás e os químicos se acumulam naturalmente no biorreator”, explica Flávio.

A dinâmica acontece por meio de uma cultura mista de bactérias que convertem lixo orgânico e fixam gás carbônico para produzir químicos como o ácido hexanoico e o ácido octanoico. De acordo com o cientista, a fermentação pode substituir tudo que é feito a base de petróleo, porém, para algumas aplicações, os ácidos terão de ser convertidos em outro químico.

A fermentação mixotrófica está passando por inúmeros testes de confiabilidade em simulações o mais próximas possível da realidade que visam aumentar sua viabilidade comercial frente à indústria do petróleo.

O goiano concorreu com pesquisadores de outros 18 centros de pesquisa e receberá o prêmio no dia 25 de abril, em cerimônia a ser realizada em Berlim. A premiação consiste em auxílio monetário da Associação Helmholtz para explorar possíveis parcerias com a indústria, visando aplicar a tecnologia em escala comercial junto com uma mentoria profissional.

O prêmio garante financiamentos para que possamos levar adiante avanço na pesquisa”, diz o engenheiro, que atua em projetos paralelos com mestrandos e bacharelandos, trabalhando sempre em soluções sustentáveis para os problemas ambientais.

 

Leia a versão impressa do Diário de Aparecida desta segunda-feira (24/4)

 

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