Detran planeja implantar programa Peça Legal em Goiás para coibir comércio ilegal de componentes

O Departamento Estadual de Trânsito de Goiás (Detran-GO) planeja indexar o Programa Peça Legal,  sistema de busca de peças automotivas de fornecedores cadastrados na autarquia. A informação foi revelada com exclusividade para o Diário de Aparecida pelo presidente do órgão, delegado Waldir Soares.

Soares esteve na última semana no Rio Grande do Sul para conhecer o programa Peça Legal, que já está em funcionamento naquele Estado e que visa combater o comércio de peças alimentado por roubos de veículos direcionando interessados para empresas cadastradas.

“Toda peça usada irá contar com um código de barras e será inserida no sistema com os dados da origem daquele produto. Se um cidadão precisa de uma determinada peça de um veículo, ele vai poder acessar o site do Detran, entrar no portal Peça Legal e inserir a descrição da peça que ele precisa.  O sistema então indica quais lojas o consumidor pode adquirir aquele determinado produto, inclusive com os valores ofertados”, explica o presidente do Detran.

O funcionamento é semelhante ao do programa que está em atividade no Rio Grande do Sul. O site oficial “Peça Legal” do Detran gaúcho possibilita a consulta de peças usadas disponíveis para compra nos Centros de Desmanche de Veículos (CDVs) credenciados. A ferramenta de busca reúne o estoque cadastrado e permite pesquisas por tipo de veículo (carros, motos, caminhões, ônibus e outros), pelo nome da peça que o cidadão procura e também pelo modelo de veículo.

Os produtos vendidos por essas lojas possuem rastreamento de origem e obedecem aos padrões técnicos de segurança e às normas ambientais durante sua seleção. Além disso, ao adquirir peças usadas com garantia de origem legítima, o consumidor colabora diretamente na redução das taxas de furto e roubo de veículos destinados a desmanches, protegendo a si mesmo, portanto.

No programa gaúcho, as peças cadastradas no site devem passar pela inspeção de um responsável técnico, comprovando as condições de segurança e qualidade dos itens comercializados. Segundo delegado Waldir, a versão goiana vai manter o mesmo nível de exigência. “Queremos garantir que o consumidor tenha certeza da origem da peça e também que ela é segura para ser utilizado no meio de locomoção seu e de sua família”, ressalta o presidente. Atualmente, a equipe de Tecnologia da Informação do Detran de Goiás está em contato com a equipe do Rio Grande do Sul para estabelecer uma parceria de troca de informações e tecnologia.

O Detran gaúcho foi o primeiro a credenciar as empresas de desmanches e disponibilizar a ferramenta virtual com os dados. O processo para regularizar as atividades de desmanches, comércio de peças usadas e reciclagem de sucata veicular iniciou-se em março de 2011. O efetivo credenciamento dos antigos desmanches e ferros-velhos se concretizou em 2015 e as consultas foram disponibilizadas em março de 2021.

Em janeiro de 2023, o estoque cadastrado passou de 8 milhões de peças para quase 9.580.707. “O site já conta com 233 mil visualizações não só no Brasil, mas também nos cinco continentes”, divulgou o site daquele órgão de trânsito.

Os Centros de Desmanches de Veículos credenciados pelo DetranRS se tornaram as únicas formas legais de comprar peças de veículo usadas. Atualmente, são 436 CDVs credenciados pelo DetranRS em atividade em 128 municípios do Estado.

Segurança pública

A regularização da atividade e a força-tarefa composta por diversos órgãos da segurança pública para fiscalizar a atividade e fechar os ilegais teve um impacto impressionante na redução de furtos e roubos de veículos no RS. Na impossibilidade de vender as peças dos veículos roubados, o próprio crime vem caindo. E como as peças apreendidas nas operações são encaminhadas para reciclagem, também não voltam ao mercado ilegal. Foram mais de 8 mil toneladas recicladas em seis anos de Operação Desmanche.

O número de furtos de veículos passaram de 20.420 em 2015 para 8.916 em 2021, uma redução de 56%. E o número de roubos de veículos passou de 18.138 em 2015 para 4.940 em 2021, redução de 73%. E esses indicadores seguiram caindo em 2022.

 Cidade Mirim

Outro projeto que o presidente do Detran pretende implantar em Goiás é o Cidade Mirim.  O programa educacional será desenvolvido em uma área com cerca de 5 mil metros quadrados que irá simular uma cidade, incluindo carros em miniaturas.

O modelo será utilizado para que crianças matriculadas nas redes estadual e municipal de ensino possam aprender sobre a Legislação de trânsito. “Vamos conscientizar os motoristas do futuro desde cedo. Ensinar a Legislação de trânsito e a proteger os mais frágeis”, diz o presidente.

Repórter: Diogo Luz