Um fóssil humano inteiro foi encontrado por arqueólogos em Serranópolis, em Goiás. Pesquisadores acreditam que os restos mortais possam ter cerca de 12 mil anos, já que junto do pé do indivíduo foi achado um carvão que tem entre 11,7 mil e 11,9 mil anos, segundo datação por radiocarbono.
O esqueleto foi descoberto a uma profundidade de quase dois metros e próximo a outros objetos históricos, incluindo dez crânios com mais de um século de idade.
A escavação, realizada por mais de 20 profissionais de oito instituições nacionais e internacionais, contou com o apoio da Polícia Federal e ainda possui cerca de um metro a ser explorado.
Se confirmado que tenha aproximadamente 12 mil anos, o fóssil descoberto pode vir a ser o indivíduo mais antigo encontrado no Centro-Oeste, afirma o pesquisador do Instituto Goiano de Pré-história e Antropologia da PUC-Goiás, Júlio Cezar Rubin de Rubin, que coordena o estudo.
No entanto, para os pesquisadores, a data não é o elemento mais importante da descoberta, mas sim a quantidade e qualidade das informações que o esqueleto pode fornecer à comunidade acadêmica, incluindo aspectos sobre o estilo de vida das pessoas na época, alimentação, causa da morte do indivíduo e dados climáticos da região.
O fóssil foi descoberto no fim do ano passado e estava a uma profundidade de 1,90 metro, perto de instrumentos e artefatos líticos (feitos com pedra lascada) e carvão. Para os pesquisadores, esses são os resquícios de uma fogueira. A exumação do fóssil só se deu em março por meio de uma parceria do IGPA com Museu Arqueologia e Etnologia da Universidade de São Paulo (USP).
Tecnologia
Conforme noticiado pelo G1 Goiás, a tecnologia tem sido uma grande aliada para a escavação, segundo o professor. Julio conta que os pesquisadores utilizam ferramentas de alta tecnologia que nunca haviam sido disponibilizadas para a região antes.
Desde 1989 na área da arqueologia, ele afirma que nunca encontrou um esqueleto tão antigo. O geoarqueólogo contou ainda que a região de Serranópolis é rica em história e que tem proporcionado descobertas incríveis durante as escavações. A cidade, inclusive, é palco para pesquisas de campo desde os anos 1970.
“A quantidade de informações que trazem esses achados é algo fantástico. São algo para se estudar durante uma década cada. É um arsenal de informação, além do aspecto simbólico. Para um pesquisador encontrar um objeto de estudo é fantástico, desde uma micro-lasca a um esqueleto”, concluiu.
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