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Casos de leishmaniose em humanos aumentaram 8%

O Ministério da Saúde alerta que para cada pessoa doente, há 200 cães infectados. Aplicação da vacina está suspensa no Brasil

 No dia 24 de maio, o Ministério da Agricultura e Pecuária  (Mapa)emitiu uma nota suspendendo a  fabricação e venda da vacina contra leishmaniose, a Leish-Tec. Ela é a única vacina para proteção animal contra a doença, que é grave e pode levar animais à morte.

A suspensão ocorreu após a realização de uma fiscalização, entre os dias 08 e 11 de maio, onde foi constatado desvio de conformidade em um produto veterinário De acordo com o Mapa, isso pode comprometer a eficácia da vacina e gerar riscos para a saúde animal e humana. Foi determinado o recolhimento de oito lotes do referido produto. A empresa fabricante já deu início ao recolhimento desses lotes.As investigações ainda estão em andamento e outras medidas podem ser adotadas.

Doença é um problema grave no Brasil

A leishmaniose visceral é uma zoonose e representa um sério problema de saúde pública no país. A doença é transmitida para animais e humanos por meio da picada de insetos fêmeas infectadas, popularmente conhecidos como mosquito palha, asa-dura, tatuquiras, birigui, entre outros.

A doença  teve um aumento de 8% em 2022, de acordo com informações divulgadas pelo Ministério da Saúde, por meio do Sistema de Informação de Agravos de Notificação. Os casos registrados passaram de 1.936 para 2.095 em comparação com o ano anterior.

Esse crescimento marca a primeira elevação no índice da doença desde 2017, gerando maior preocupação em relação a essa zoonose. Estudos conduzidos por especialistas indicam que para cada caso humano de leishmaniose, há cerca de 200 cães infectados pelo protozoário Leishmania.

A transmissão desse protozoário ocorre por meio da picada do mosquito conhecido como “mosquito palha” ou Lutzomyia longipalpis. Esses vetores são encontrados em diversas regiões do país e costumam picar tanto cães quanto seres humanos, facilitando assim a disseminação da doença entre as espécies.

O médico-veterinário Jaime Dias explica que o protozoário é transmitido pela picada do chamado ‘mosquito palha’, nome popular da Lutzomyia longipalpis. Esses vetores são encontrados nas diferentes regiões do país e costumam picar cães e também os seres humanos, o que facilita a disseminação da doença entre as espécies”.

Leishmaniose é transmitida por mosquito palha
Leishmaniose é transmitida por mosquito palha

Dias, que possui especialização em doenças infecciosas dos animais domésticos pela Universidade Estadual Paulista (Unesp), destaca alguns sinais que cães infectados podem apresentar, tais como desânimo, fraqueza, perda de apetite, emagrecimento progressivo, perda de massa muscular, descamações na pele, feridas no focinho, orelhas, região das articulações e cauda, além de perda de pelos, crescimento exagerado das unhas, vômito e diarreia. A leishmaniose visceral também pode afetar órgãos internos, como baço, fígado e rins.

O médico-veterinário ressalta a importância de procurar imediatamente um profissional da área caso sejam observados quaisquer sinais da doença nos animais, uma vez que ela pode ser potencialmente fatal para os pets. Dados oficiais do Ministério da Saúde apontam que, somente no ano passado, 174 pessoas morreram em decorrência da leishmaniose.

Para evitar a transmissão da leishmaniose de cães para cães e dos cães para os seres humanos, a prevenção é fundamental. “A melhor forma de prevenir a doença é manter o mosquito transmissor longe dos animais. E isso tem sido feito com sucesso com o uso de coleiras repelentes contra o mosquito transmissor, item indispensável, prático e eficaz na prevenção desta enfermidade grave e fatal disseminada em todo o Brasil”, destaca o médico-veterinário.

Tem cura para a leishmaniose canina?

O especialista explica que não há comprovação de cura para a leishmaniose visceral canina. De acordo com ele, existem medicamentos que ajudam a reduzir o número de parasitas no organismo do animal, aliviando os sintomas. No entanto, destaca que o cão precisará de tratamento contínuo e acompanhamento veterinário ao longo da vida.

“É essencial também utilizar uma coleira especial impregnada com um inseticida no cão, a fim de evitar picadas do flebotomíneo, o mosquito transmissor do parasita”, disse o especialista ao acrescentar que a coleira deve ser substituída regularmente por uma nova.

Importante destacar que o tratamento medicamentoso para cães com leishmaniose visceral não está disponível no serviço público atualmente.

A doença nos humanos

 O Clínico Geral João Saboya explica que apesar de ser uma doença grave, a leishmaniose visceral  possui tratamento e cura para os seres humanos. Ele enfatiza que os medicamentos específicos estão disponíveis na rede de serviços do Sistema Único de Saúde (SUS) e são baseados no uso de três fármacos, dependendo da indicação médica: antimoniato de N-metil glucamina (Glucantime®), anfotericina B e anfotericina B lipossomal.

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Fernanda Cappellesso

Olá! Sou uma jornalista com 20 anos de experiência, apaixonada pelo poder transformador da comunicação. Atuando como publicitária e assessora de imprensa, tenho dedicado minha carreira a conectar histórias e pessoas, abordando temas que vão desde política e cultura até o fascinante mundo do turismo.

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