Usuários enfrentam dificuldades em primeiro dia de serviços do Detran no Vapt-Vupt em Aparecida

O primeiro dia de funcionamento dos serviços ligados ao Departamento Estadual de Trânsito de Goiás (Detran-GO) no Vapt-Vupt do Setor Garavelo, nesta segunda-feira (5), foi marcado por reclamação por parte dos proprietários de autoescolas e de usuários do município sobre dificuldades logísticas e pela a expectativa de melhora com a descentralização do serviço. 

As atividades passaram a ser executadas pela unidade após a decisão do Detran de fechar o Circunscrição Regional de Trânsito (Ciretran) do município na sexta-feira (2), depois de uma investigação apontar supostas fraudes cometidas por servidores lotados no local nos últimos 10 anos.

A presidente da Associação Aparecidense de Centros de Formação de Condutores (ASACFC), Monyke Sakamoto, diz que, como toda mudança súbita, a alteração tem enfrentado certa resistência. Segundo ela, problemas de logística dificultam o trabalho dos CFCs espalhados pelo município. 

“Eu conversei com funcionários (do Detran) e eles me disseram que está sendo realizado um estudo para descentralizar o serviço em todas as unidades do Vapt-Vupt. Eu acredito e espero que o Detran vai resolver a situação, porque a logística ficou inviável. Para se deslocar e atravessar Aparecida para fazer um serviço, fica dispendioso tanto para empresas como para o usuário”, explica.

A principal preocupação da presidente é com um atendimento especializado para pessoas jurídicas nas unidades do Vapt-Vupt. “São unidades voltadas para pessoas físicas. Em Goiânia existe esse atendimento especializado. Se for descentralizado e implantado um atendimento voltado para pessoas jurídicas, pode melhorar”, diz. 

A administradora de uma autoescola do município, que pediu para não ter o nome revelado já que é uma permissionária do Estado e tem receio de retaliações, disse que encontrou dificuldades para corrigir informações enviadas equivocadamente para o Detran. 

Segundo ela, antes, quando casos similares ocorriam, um funcionário se dirigia ao Ciretran pessoalmente para resolver a situação. Hoje, com a mudança, o serviço que seria realizado pela manhã foi transferido para o período da tarde.

“Nós utilizamos o serviço do Ciretran todos os dias. A distância é muito grande até o Vapt-Vupt do Garavelo. O usuário vai enfrentar dificuldades”, afirma a administradora. 

Detran

O Diário de Aparecida ouviu o presidente do Detran, Delegado Waldir, sobre os problemas enfrentados pelos usuários nesta segunda-feira. Segundo ele, é comum transtornos neste primeiro momento de transição. No entanto, de acordo com o presidente,a partir desta terça-feira (6), as três unidades do Vapt-Vupt em Aparecida de Goiânia (Buriti Shopping, Aparecida Shopping e Garavelo) irão atender despachantes e autoescolas do município. 

“Nós vamos melhorar a situação para os amigos de Aparecida de Goiânia. O deputado estadual Veter (Martins, do Patriota) esteve conversando comigo hoje e a prefeitura irá enviar os servidores para treinamento. Em breve, vão ser 10 unidades para atendimento no município, somando os Vapt-Vupts e os Serviço de Atendimento ao Cidadão (SAC) da Prefeitura de Aparecida”, diz, ressaltando que as unidades vão oferecer atendimento especializado para pessoas jurídicas.

Delegado Waldir afirma ainda que, em breve, despachantes e autoescolas não precisarão mais ir presencialmente às unidades para obter serviços do Detran. “Nossa área de tecnologia vai oferecer uma ferramenta que, por meio da biometria, vai permitir que solicitem serviços pela internet. Estamos concluindo as adequações e em breve o serviço estará disponível”, diz, afirmando não ser possível ainda estabelecer uma data por conta de questões técnicas. 

Fraude

Uma operação do Departamento Estadual de Trânsito de Goiás (Detran-GO) identificou mais de 500 pessoas prejudicadas por fraudes em processos da Circunscrição Regional de Trânsito (Ciretran) de Aparecida de Goiânia. A unidade foi fechada em definitivo na sexta-feira (02). Até o momento, foram identificadas cerca de 180 tipos de condutas supostamente fraudulentas, causando um prejuízo aproximado de R$ 300 mil ao Detran, devido à falta de recolhimento dos tributos. Segundo a autarquia, foi constatado que os servidores receberiam, em média, R$ 3 mil por fraude. 

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