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Morre Zé Celso, dramaturgo que revolucionou o teatro brasileiro

Zé Celso estava internado após ter 53% do corpo queimado em um incêndio no seu apartamento em São Paulo

José Celso Martinez Corrêa, conhecido como Zé Celso, um dos principais nomes da dramaturgia nacional e criador da linguagem tropicalista no teatro, faleceu nesta quinta-feira (5) aos 86 anos, em São Paulo. Ele estava internado na Unidade de Terapia Intensiva do Hospital das Clínicas desde terça-feira (4), quando um incêndio causado por um aquecedor elétrico atingiu seu apartamento no bairro do Paraíso, em São Paulo, resultando em queimaduras em 53% de seu corpo.

Além do dramaturgo, estavam no apartamento Marcelo Drummond, marido de Zé Celso, Ricardo Bittencourt e Victor Rosa, além do cachorro Nagô. Os três, incluindo Nagô, ficaram em observação por terem inalado muita fumaça.

Nos anos 1960, Zé Celso desafiou repressão da ditadura militar. Ele foi um dos fundadores do Teatro Oficina, ao lado de Renato Borghi, Fauzi Arap, Etty Fraser, Amir Haddad e Ronaldo Daniel. Uma de suas produções mais marcantes foi a montagem de “O Rei da Vela” uma década depois, clássico inspirado no livro homônimo de Oswald de Andrade, escrito em 1933, que satirizou a política e o comportamento subserviente do Brasil em relação aos países desenvolvidos.

Sob a direção de Zé Celso, os atores Othon Bastos, Etty Fraser e Dina Staf ironizaram os filmes da Atlântida, as comédias de costumes e o tom empolado das óperas. Em “O Rei da Vela”, o personagem Abelardo, um agiota, enriquece através da exploração dos outros e acaba sendo enganado por alguém ainda mais desonesto.

 

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