O ex-policial militar Élcio de Queiroz prestou depoimento em delação premiada para a Polícia Federal (PF) e o Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ), fornecendo detalhes sobre a morte da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes. De acordo com Élcio, a arma utilizada no crime foi extraviada de um incêndio ocorrido no Batalhão de Operações Especiais (Bope). Ronnie Lessa, apontado por Élcio como autor dos disparos, teria uma relação de carinho com a arma, uma submetralhadora HK MP5 de fabricação alemã, por ter trabalhado no Bope.
Élcio relatou que a arma foi reformada por Ronnie Lessa após ter sido adquirida de alguém que teve acesso às armas extraviadas no incêndio do Bope. No entanto, ele não soube informar quem teria vendido a arma para Lessa, tampouco soube explicar como eles tiveram acesso à munição UZZ18 da Polícia Federal. Élcio mencionou que Ronnie deve ter amigos no órgão, mas não pôde confirmar se alguém relacionado ao crime teve ligação com a Polícia Federal.
Quando o crime começou a ganhar repercussão, Ronnie alegou ter se desfeito da arma, afirmando que a teria serrado e jogado no mar. Élcio, porém, duvidou dessa versão, pois tinha conhecimento da afeição de Ronnie pela arma. Ronnie Lessa, que foi expulso da PM em fevereiro deste ano, foi preso em março de 2019 sob acusação de ser o autor dos disparos que mataram Marielle Franco e Anderson Gomes. Ele também foi condenado em 2021 a quatro anos e meio de prisão por ocultar as armas utilizadas no crime.
A delação de Élcio de Queiroz trouxe novos detalhes para as investigações do caso que, passados cinco anos, ainda não revelou o mandante do assassinato. As informações fornecidas pelo ex-policial militar podem ser fundamentais para o avanço nas apurações sobre os homicídios da vereadora, do motorista e da tentativa de homicídio da assessora Fernanda Chaves. A expectativa é que as autoridades continuem a investigação para identificar os responsáveis e esclarecer os motivos por trás desse crime que chocou o país.
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