No comando da prefeitura de Aparecida de Goiânia desde 31 de março, quando assumiu com a renúncia de Gustavo Mendanha, Vilmar Mariano manteve intacto o secretariado que recebeu do seu antecessor – e com isso continuou assegurada a presença maciça de homens em pelo menos 25 das 27 pastas disponíveis.
Vilmarzim reitera diariamente que é fiel a Mendanha e parece não se importar com os prejuízos que essa devoção acaba gerando para a imagem dele – hoje sob pesadas críticas por se transformar em um prefeito sem autoridade, cujos auxiliares não obedecem a ordens a não ser que elas sejam chanceladas, nos bastidores, pelo ex-prefeito que segue controlando com mão de ferro tudo o que se passa na prefeitura.
Além da ex-primeira-dama Mayara Mendanha, que atropelou a atual Sulnara Santana e se impôs como secretária de Assistência Social, Bruna Lomazzi foi mantida na Secretaria de Transparência e Controle. Interinamente, Valéria Frazão assumiu interinamente a Secretaria de Desenvolvimento Econômico, porém, até hoje, não foi confirmada por Vilmarzim.
Aparecida tem uma política “machista”. Entre os 25 vereadores, situam-se somente 2 mulheres, Camila Rosa, pelo PSDB, e Valéria Pettersen, do MDB, esta no momento licenciada para ocupar a Secretaria de Relações Institucionais do prefeito de Goiânia Rogério Cruz.
Camila, em um episódio recente que ganhou repercussão nacional, teve o microfone cortado em um debate na Câmara e acusou o presidente da Legislativo aparecidense André Fortaleza de “machismo” e “preconceito contra as mulheres”. O caso chegou ao Judiciário, mas foi arquivado por decisão de um dos juízes da comarca de Aparecida, com parecer favorável do Ministério Público Estadual.
Vilmar Mariano, na época, prestou solidariedade a Camila Rosa, o que aprofundou suas divergências com o presidente André Fortaleza. Os dois não se entendem e há preocupações quanto ao que pode acontecer depois da realização das eleições estaduais, a 2 de outubro, lembrando que o Poder Legislativo, em qualquer parte, tem competência para afastar governantes sem necessidade de processo fundamentado, ou seja, pode aprovar um impeachment por razões meramente políticas.
Vilmar Mariano será candidato à reeleição. O problema é que André Fortaleza também. Esse conflito quanto ao futuro torna as relações entre os 2 praticamente irreconciliáveis e pode levar a consequências imprevisíveis.
Texto publicado originalmente na edição impresa do Jornal Diário de Aparecida
Da Redação