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Indígenas se unem em Brasília para marcha contra o Marco Temporal

Com a retomada do julgamento sobre o Marco Temporal no Supremo Tribunal Federal (STF), nesta quarta-feira (30), indígenas de todo o país se mobilizam em Brasília, contra a tese que trata da demarcação de terras. A Corte analisa a tese de que indígenas só têm direito às terras que já eram tradicionalmente ocupadas por eles no dia da promulgação da Constituição, em 5 de outubro de 1988.

Segundo a Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib), são esperados cerca de 650 pessoas de cerca de 20 povos indígenas, de oito estados, em Brasília. A retomada do julgamento está marcada para começar às 14h. De acordo com o , haverá espaço para que 60 lideranças acompanhem o julgamento de dentro do plenário. Em frente ao prédio, que fica na Praça dos Três Poderes, uma tenda com telão e sonorização vai ser montada para a transmissão do julgamento.

O Marco Temporal é uma tese que defende que os indígenas só têm direito às terras que já eram tradicionalmente ocupadas por eles no dia da promulgação da Constituição, em 5 de outubro de 1988. Caso essa tese seja aprovada, os povos originários só poderão reivindicar a posse das áreas que ocupavam nessa data.

Os indígenas são contrários à tese do marco temporal, pois acreditam que ela viola seus direitos históricos e culturais. Segundo dados do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), há 226 processos suspensos nas instâncias inferiores do Judiciário, aguardando uma definição sobre o tema.

O julgamento no STF foi iniciado em 2021 e até o momento há um voto a favor do Marco Temporal, do ministro Nunes Marques, e dois votos contra, dos ministros Edson Fachin e Alexandre de Moraes. No entanto, Moraes, mesmo sendo contrário à tese, sugeriu a possibilidade de compensação dos indígenas com outras terras.

Além de ser analisada no STF, a tese do Marco Temporal também tramita no Congresso Nacional. O Projeto de Lei 2903/2023 está em análise no Senado.

 

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