Vitor Hugo: “PL não tem interesse em fazer aliança com Mendanha”
Pré-candidato a governador do partido do presidente Jair Bolsonaro faz críticas à estilo e conduta política do ex-prefeito de Aparecida
Helton Lenine
O deputado federal Major Vitor Hugo, pré-candidato ao governo de Goiás pelo PL e que conta com o apoio do presidente Jair Bolsonaro, descarta aliança de seu partido com o também governadoriável Gustavo Mendanha (Patriota). “O nosso projeto e o de Mendanha são excludentes”, avisa.
A possibilidade de aproximação é aventada por recém-chegados ao PL, que são apoiadores de Mendanha, em uma tentativa de chegar a um meio termo, depois que Bolsonaro barrou a filiação do ex-prefeito, ao declarar que o pré-candidato do partido a governador seria Vitor Hugo diz que não tem interesse em figurar na chapa majoritária encabeçada por Gustavo Mendanha-seja como candidato a vice-governador ou ao senado. “Vamos construir a nossa própria caminhada, com os companheiros leais para chegarmos a 2 de outubro em condições de estarmos no segundo turno”.
O governadoriável do PL lembra que sempre fez críticas a Gustavo Mendanha, principalmente pelas alianças que o então prefeito de Aparecida fazia com os partidos de esquerda, abrigando em seu secretariado o PT, PSB, PCdoB, PDT e PV. “Mendanha sempre fez jogo duplo, ora elogiava Lula ora elogiava Bolsonaro. Não é um político confiável”.
“A base bolsonarista em Goiás viu isso de maneira muito evidente. Ele até tentou se aproximar do presidente, que decidiu pela minha candidatura. Tanto que agora ele já refluiu, dizendo que não faz campanha para Bolsonaro”, diz Vitor Hugo, em referência à fala de Mendanha no dia que deixou a Prefeitura, quando reiterou seu voto em Bolsonaro, mas disse que estaria impossibilitado de fazer palanque para ele em Goiás, afinal ele já tinha seu candidato no estado. Vitor Hugo também afirma que ainda vai conversar com os correligionários e que está em um processo de pacificação dentro do PL goiano, com o objetivo de consolidar a sua candidatura. Ele ressalta que os filiados não poderão apoiar outros candidatos ou correm risco de cair em infidelidade partidária. “Mas acho que a tendência agora é de aproximar, conversar e tornar em Goiás o que o PL é no nível nacional.”
O deputado também pretende conversar com o deputado federal Professor Alcides, para tentar buscar seu apoio. Mendanha foi procurado para comentar sobre as conversas com o PL e seus filiados, mas apenas respondeu, por meio da assessoria, que respeita todos os pré-candidatos e que vai manter diálogo com todos os partidos, com o objetivo de construir uma frente de oposição a Ronaldo Caiado (UB).
O presidente Jair Bolsonaro também avisou a Gustavo Mendanha: o PL não aceita composição com o seu grupo político e que a orientação dada a Vitor Hugo e ao presidente da legenda em Goiás, Flávio Canedo, é para “andar com as próprias pernas”, sem aproximação com políticos não confiáveis.
PL de Vitor Hugo mostrou vitalidade ao filiar seis parlamentares na reta final da janela partidária: Paulo Trabalho, Cláudio Meirelles, Delegado Eduardo Prado e Major Araújo e Paulo Cezar Martins, estaduais, e o Professor Alcides, federal. Enquanto isso, o Patriota de Gustavo Mendanha atraiu apenas um – Delegado Humberto Teófilo, estadual.
O governadoriável bolsonarista saiu na frente também ao definir o seu companheiro de chapa – empresário Wilder Morais – como candidato ao Senado. Mendanha patina, já que não consegue escolher nome para vice-governador e senador. Caso se confirme a desistência de Marconi Perillo, a disputa pela hegemonia da oposição em Goiás vai ficar entre Major Vitor Hugo (PL), Gustavo Mendanha (Patriota) e José Eliton (PSB), mas em um ambiente de divergências, o que dificultaria uma união em um eventual segundo turno.