Fernanda Cappellesso
Um recente relatório divulgado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) projeta um aumento alarmante de 200 milhões no número de crianças e adolescentes com miopia entre os anos de 2000 e 2050. Complementando essa estatística, o Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO) informa que aproximadamente 20% das crianças em idade escolar no Brasil já enfrentam problemas visuais. Entre esses, a miopia – uma condição que dificulta a visão à distância – emerge como a mais prevalente, especialmente na faixa etária de até 19 anos.
O período pós-pandemia testemunhou um aumento considerável nos casos de miopia. Em 2019, foram registrados 866 casos. Esse número diminuiu para 584 em 2020, atribuído à impossibilidade de consultas oftalmológicas durante o isolamento. Contudo, em 2021, os casos dispararam para 1.720, e até setembro de 2022, já foram diagnosticados 2.026 casos.
O oftalmologista Fernando Pacheco Veríssimo destaca o papel do uso excessivo de dispositivos eletrônicos nesse aumento. “O alto tempo de isolamento levou a um uso desenfreado das telas, muitas vezes sem qualquer controle”, aponta. Dados do Centro de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da Informação revelam que na região Centro-Oeste, 74% das crianças e adolescentes usam a internet mais de uma vez por dia e por mais de seis horas diárias, superando a média nacional de 69%.
Especialistas estão alarmados com essa tendência e alertam para a importância de medidas preventivas, como o controle do tempo de exposição às telas e a realização de exames oftalmológicos regulares, para evitar problemas visuais mais sérios no futuro dessas crianças e adolescentes.
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