O Brasil enfrenta desafios significativos no cenário global de atrair, reter e formar talentos, como revelado pelo Índice de Competitividade Global de Talentos 2022, conduzido pela renomada escola de negócios francesa Insead. O país permaneceu estagnado, ocupando a 73ª posição entre 133 nações avaliadas. Essa persistente falta de progresso é motivo de preocupação, especialmente considerando o cenário global em constante evolução.
A liderança global neste índice foi mantida pela Suíça, seguida de perto por Cingapura, Dinamarca e Estados Unidos. Países europeus dominam a parte superior do ranking, ocupando 15 das 20 primeiras posições. No entanto, o Brasil se destaca negativamente, especialmente no poder de atração de talentos, onde ficou em 91º lugar, e na atração de cérebros estrangeiros, ocupando a 118ª posição.
O estudo destaca uma questão central: o impacto da desigualdade econômica no desenvolvimento de talentos. A pandemia e eventos globais, como a guerra na Ucrânia, agravaram essa desigualdade, afetando especialmente países em desenvolvimento e mulheres. No Brasil, a correlação entre o índice de talentos e o coeficiente Gini, que mede a desigualdade social, é evidente. A desigualdade social continua a ser uma barreira significativa para o progresso na atração e retenção de talentos no país.
Felipe Monteiro, professor de estratégia da Insead, enfatiza que a melhoria na atração de talentos não se resume apenas a facilitar vistos para profissionais estrangeiros.
Embora o Brasil apresente pontos fortes em áreas como o uso de redes sociais profissionais (30º lugar) e aprendizado contínuo ao longo da vida (75º lugar), há lacunas significativas que precisam ser abordadas para criar um ambiente verdadeiramente competitivo no cenário global de talentos.
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