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Ministério da Saúde alerta para epidemia de dengue no Centro-Oeste em 2024

Governo de Goiás vê risco de proliferação do Aedes aegypti durante período chuvoso

Por Eduardo Marques

A Região Centro-Oeste deve ter um aumento de casos de dengue em 2024, segundo a previsão do Ministério da Saúde (MS) e da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas). O risco de contaminação é do tipo 3, que ressurgiu no Brasil depois de 15 anos sem surtos e epidemias. Casos foram confirmados em São Paulo e Roraima. No Estado do Amazonas, especialistas do MS alertaram que o sorotipo 3 já é predominante. Segundo a Secretaria de Estado de Saúde (SES-GO), desde 2021, a maioria dos casos de dengue em Goiás é do sorotipo 1. Em 2023, representam 95% dos registros.

O Brasil tem duas vacinas contra a doença liberadas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Uma não foi incorporada ao Programa Nacional de Imunizações por questões técnicas e a outra está em análise pelo Ministério da Saúde. “A dengue possui quatro sorotipos. Quando uma pessoa é infectada por um deles, automaticamente adquire imunidade para aquele tipo específico. Mas isso não impede que ela se infecte com outra linhagem, e essa reinfeção pode contribuir para um agravamento. Por isso, o alerta do ministério gera tanta preocupação”, explica a superintendente de Vigilância em Saúde da Secretaria de Estado da Saúde de Goiás, Flúvia Amorim.

Em Goiás, diversas ações vêm sendo adotadas pela SES para mitigar os riscos de aumento de casos de dengue. Entre elas estão uma campanha publicitária de conscientização, em todas as plataformas (TV, rádio e internet), sobre a necessidade de participação popular no combate ao vetor da doença.

A pasta também realiza capacitações com os profissionais de saúde (médicos e enfermeiros) sobre o manejo clínico adequado e a devida condução dos casos de dengue, para evitar o agravamento do quadro e a possibilidade de evolução para óbito. “Então, até que a vacina seja liberada e incorporada, a única forma que a gente tem de controlar a doença é controlando o Aedes aegypti. E controlar o mosquito significa evitar criadouros em casa, evitar que ele nasça”, pontua a superintendente.

Sequenciamento genético

O Laboratório Central de Saúde Pública Dr. Giovanni Cysneiros (Lacen-GO) realiza, ao longo de 2023, o sequenciamento genético para dengue e chikungunya para entender qual sorotipo circula no Estado e preparar as equipes de saúde para as ações necessárias. “Desses quatro sorotipos, existem ainda subtipos dentro deles. Alguns causam formas graves em crianças; outros, mais em adultos. Então, esse sequenciamento é importante para a gente saber como precisamos atuar na prevenção ou mesmo no tratamento”, reforça Flúvia Amorim.

Segundo o diretor-geral do Lacen-GO, Vinícius Lemes da Silva, a previsão é de realizar novos sequenciamentos genéticos a partir de janeiro de 2024, com a chegada de insumos pelo MS e novas aquisições pela SES.

Prefeitura de Goiânia reforça cuidados preventivos para evitar criadouros

Com o início do período chuvoso, a Prefeitura de Goiânia, por meio da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), faz um alerta sobre os riscos de proliferação do mosquito Aedes aegypti, responsável pela transmissão de doenças como dengue, zika e chikungunya.

Apesar da queda de casos de dengue na Capital em relação ao ano anterior, a SMS enfatiza a importância de manter os cuidados preventivos nos imóveis para eliminar possíveis criadouros do vetor. A Superintendência de Vigilância em Saúde da SMS realiza ações de combate ao Aedes aegypti ao longo do ano, que envolve forças-tarefa, atividades educativas, visitas domiciliares, bloqueios e recolhimento de pneus.

Com o início das chuvas, essas ações são intensificadas pelos Agentes de Combate a Endemias (ACEs), que alertam a população sobre a necessidade de evitar o surgimento de criadouros. O titular da SMS, Wilson Pollara, destaca que, em comparação com o ano de 2022, houve uma redução significativa de 58,1% nos casos confirmados de dengue, totalizando 18.095 casos registrados até o momento. “Mesmo com essa queda, é importante manter a vigilância e os esforços para evitar novas infestações do mosquito”, cita.

Em relação aos óbitos, foram registrados seis casos neste ano, uma diminuição expressiva em comparação aos 59 de 2022. “A SMS mantém como meta reduzir ainda mais os casos graves e zerar as mortes associadas à dengue”, frisa, ao enfatizar que a prevenção é a principal forma de evitar as doenças transmitidas pelo Aedes aegypti.

 

 

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