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TRE vota cassação do senador Wilder Morais

Caso ele perca o mandato, Marconi Perillo (PSDB) assumiria o senado; entenda o caso

O Tribunal Regional Eleitoral (TRE-GO) deve deliberar o pedido de cassação do senador Wilder Morais (PL). A investigação gira em torno da suposta associação de Wilder a Leandro Batista Nóbrega, proprietário do Frigorífico Líder, implicado em uma morte utilizada para a promoção política do ex-presidente Jair Messias Bolsonaro.

A apuração concentra-se em descobrir se Leandro organizou o evento para beneficiar seu amigo Wilder Morais. O Tribunal Regional Eleitoral de Goiás (TRE-GO) informou que as denúncias contra o Frigorífico Goiás, decorrentes da promoção, foram registradas no sistema Pardal da Justiça Eleitoral.

Pela lei da “Ficha Limpa”, abusos de poder econômico e político podem resultar em oito anos de inelegibilidade. Caso o inquérito estabeleça uma conexão entre a promoção e a campanha de Wilder, o senador corre o risco de perder o mandato. Nesse cenário, Marconi Perillo (PSDB) assumiria o Senado. De acordo com a apuração do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Wilder obteve 25,33% dos votos válidos (789.220 votos), com Marconi Perillo (PSDB) logo atrás, com 19,78% (616.501 votos).

Envolvimento Criminal do Frigorífico Líder

No dia seguinte ao primeiro turno das eleições do ano passado, o Ministério Público Eleitoral solicitou à Polícia Federal a instauração de um inquérito policial para apurar eventuais crimes eleitorais praticados pelos gestores do Frigorífico Goiás.

Conforme amplamente divulgado, no dia das eleições, o evento promocional atraiu centenas de pessoas ao oferecer carne por R$22 o quilo para quem estivesse vestindo a camisa da seleção brasileira. O mesmo produto custava R$129,99 antes da promoção, resultando em tumulto no qual uma cliente se machucou e acabou falecendo.

Os vínculos do frigorífico com o bolsonarismo são conhecidos. A empresa chegou a ter um helicóptero adornado com a foto do ex-presidente. Em 2019, o mesmo frigorífico lançou um kit-churrasco “Mito”. Uma foto divulgada nas redes sociais mostrou o senador Wilder Morais (PL) celebrando a vitória nas urnas ao lado do proprietário do Frigorífico Goiás, Leandro Batista Nóbrega. Os dois acompanharam juntos a apuração das urnas.

No ano passado, uma mulher morreu após participar de uma promoção do Frigorífico Goiás chamada “Picanha Mito”, dedicada à campanha de reeleição do presidente Jair Bolsonaro (PL). Yeda Batista compareceu ao estabelecimento no domingo das eleições presidenciais, quando o produto, normalmente vendido por R$1,8 mil o quilo, estava sendo comercializado por R$22/kg.

De acordo com a Polícia Civil de Goiás, a mulher foi esmagada durante o tumulto provocado pela promoção. O marido informou que a perna dela começou a inchar após a situação, e ela tinha problemas circulatórios. Yeda foi levada ao hospital, mas não resistiu e morreu no local.

Perspectiva Legal sobre Abuso do Poder Econômico

O abuso do poder econômico em contextos eleitorais refere-se à utilização excessiva de recursos financeiros ou patrimoniais antes ou durante a campanha, com o intuito de favorecer candidatos, partidos ou coligações. Esse comportamento compromete a normalidade e a legitimidade das eleições.

Formas de abuso do poder econômico incluem financiamento irregular de campanhas, compra de votos, manipulação da opinião pública e controle indevido dos meios de comunicação. Essas ações comprometem o processo democrático e distorcem a equidade nas eleições.

 

 

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