Pastor acusado de aplicar golpes em fiéis é condenado a 27 anos de prisão
Osório José Lopes prometia retornos milionários para os fiéis; entenda o caso
O pastor goiano Osório José Lopes Júnior foi condenado a 27 anos de reclusão em regime fechado pela Justiça, após ser acusado de aplicar golpes em fiéis e outras pessoas ao prometer retornos milionários em investimentos em sua conta. A juíza Placidina Pires também determinou uma indenização de R$ 2,6 milhões a nove vítimas.
A condenação refere-se a golpes aplicados entre novembro de 2013 e junho de 2014, quando as vítimas, que viviam em Leopoldo de Bulhões e Goianésia, foram ludibriadas pelo religioso atuante em uma igreja local. A denúncia apontou o uso da influência religiosa para enganar os fiéis, apresentando títulos de dívida agrária fictícios com valores bilionários.
O pastor, segundo os autos, alegava que precisava de recursos para resgatar esses títulos e, assim, persuadia as vítimas a entregarem recursos, incluindo casas e lotes. A juíza afirmou que Osório agiu com “deliberada intenção de causar prejuízo às vítimas mediante artifícios fraudulentos”, destacando que ele nunca apresentou provas sobre a existência dos títulos.
O religioso chegou a mencionar um acordo de confidencialidade que o impedia de revelar detalhes sobre os títulos, mas a magistrada ressaltou a ausência de provas concretas. Maria José da Costa Ferreira, advogada do pastor, afirmou que não há correlação entre a denúncia e a sentença, recorrendo da decisão e confiando na possibilidade de reforma pelo Tribunal de Justiça de Goiás.
O pastor Osório José Lopes Júnior foi preso pela Polícia Civil do Tocantins em Sucupira (TO) em 21 de setembro, após ser procurado pela PCDF por liderar um grupo que abusava da fé para cometer estelionatos, enganando mais de 50 mil pessoas no Brasil e exterior.
A organização criminosa induzia fiéis a investirem dinheiro em igrejas, movimentando R$ 156 milhões em cinco anos e utilizando uma teoria conspiratória conhecida como “Nesara Gesara” para convencer as vítimas a investirem em falsas operações financeiras ou projetos humanitários fictícios, sob promessas de retornos exorbitantes.
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