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Pesquisadores apontam eficácia de 79% da vacina contra dengue

Estudo afirma que a vacina desenvolvida pelo Butantan é eficaz em todas as faixas etárias

A prestigiada revista científica New England Journal of Medicine (NEJM), publicou nesta quarta-feira (31), um artigo que confirma a eficácia da vacina contra a dengue, desenvolvida pelo centro de pesquisas brasileiro, Instituto Butantan, localizado na Zona Oeste de São Paulo.

No artigo, os pesquisadores descrevem que o imunizante tem 79,6% de eficácia comprovada em prevenir a doença, resultado que já havia sido divulgado pelo Butantan em dezembro de 2022, mas que, agora, ganha maior relevância por ser firmado pela comunidade científica internacional. 

A eficácia de 79,6% é similar à da vacina Qdenga (80,2%), que será oferecida no SUS a partir de fevereiro.

Segundo os dados do estudo do Butantan publicados no NEJM, a proteção contra a doença foi observada em todas as faixas etárias testadas, sendo 90% em adultos de 18 a 59 anos, 77,8% no grupo dos 7 aos 17 anos e de 80,1% entre as crianças de 2 a 6 anos.

Os resultados da pesquisa mostraram ainda que houve eficácia tanto em pessoas que já tinham tido infecção prévia pela dengue quanto nos voluntários sem exposição anterior ao vírus, mas o índice de proteção foi maior no primeiro grupo (89,2% contra 73,6%).

Antes de ser publicado, o estudo passou por diferentes grupos de pesquisadores, a fim de garantir que todos os dados são de extrema confiabilidade. De acordo com o infectologista diretor do Instituto Butantan e principal investigador do estudo, Esper Kallás, ter o artigo publicado no New England é um atestado da relevância do trabalho realizado no Instituto, e o rigor seguido na análise dos dados. “A revisão por pares é ultra rigorosa, eles perguntam os mínimos detalhes”, pontuou o infectologista. 

Ao longo de 2 anos, o índice de proteção do imunizante brasileiro foi medido por meio do acompanhamento de 16.235 voluntários, na faixa etária dos 2 aos 59 anos. A fase 3 do estudo, que teve início em 2016, seguirá até que todos os voluntários completem cinco anos de acompanhamento, o que está previsto para acontecer em junho. 

Depois disso, os pesquisadores pretendem realizar a etapa de análise de dados e elaboração do dossiê para submissão do pedido de registro do produto à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), o que deve acontecer ainda neste ano, segundo o diretor do Instituto Butantan.

Mais doses para a população

A chegada de uma nova vacina traz esperanças para o mercado, como a oportunidade de lidar com o número limitado de doses disponíveis. Neste ano, por exemplo, o Brasil receberá somente 6 milhões de injeções da Qdenga, suficiente para imunizar apenas 3 milhões de brasileiros.

Por causa dessa limitação, o Ministério da Saúde teve que restringir a vacinação para a faixa etária dos 10 aos 14 anos e somente aqueles que vivem em cidades com maior incidência de dengue.

 

 

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