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Maioria dos cientistas no Brasil são mulheres, mas ainda há desigualdade

Colaboradoras contam que, apesar do panorama geral no meio científico, têm a oportunidade de trabalhar em ambiente favorável e estimulante para o desenvolvimento profissional e pessoal

As mulheres já representam 53% dos cientistas no Brasil, de acordo com a pesquisa Perfil do Cientista Brasileiro, apoiada pela Academia Brasileira de Ciências (ABC) e pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) 1. No entanto, esse mesmo estudo revela que a maternidade impactou 39% das cientistas, em comparação com 16% dos homens, evidenciando a necessidade contínua de equidade na ciência e na sociedade. Reconhecendo a importância da representatividade feminina no meio científico, a Organização das Nações Unidas (ONU) instituiu o 11 de fevereiro como o Dia Internacional de Mulheres e Meninas na Ciência em 2015.

Para três cientistas que atuam nos setores de Toxicologia e Hematologia do Sabin Diagnóstico e Saúde, em Brasília (DF), essa data é uma oportunidade não apenas para celebrar, mas também para valorizar o trabalho das mulheres na ciência e tecnologia. A química Érica Pacheco da Silva observa que ainda persiste a necessidade de as mulheres demonstrarem sua capacidade, mas enfatiza que estão conquistando seu espaço. A farmacêutica Ana Carolina Gomes Pinheiro complementa: “A luta pela igualdade é um processo contínuo e não pode perder força”.

A farmacêutica bioquímica Ana Beatriz Gouveia destaca os desafios superados pelas cientistas e menciona o crescimento no número de publicações com autoria principal de mulheres. Essas três profissionais compartilham a paixão pela carreira e pelo trabalho, além de admirarem suas professoras e mentoras ao longo de suas trajetórias.

A paixão pela ciência está presente desde a infância para Érica Pacheco da Silva, cuja escolha pela Química, especialmente na área de Toxicologia de Alimentos, foi impulsionada por sua paixão pela ciência desde cedo. Ela recorda que seu programa de TV favorito não era desenhos animados, mas sim o extinto Globo Ciência. Após a graduação em sua cidade natal, ela prosseguiu para o mestrado na Universidade Federal de Viçosa (MG) e, posteriormente, para o doutorado na Universidade de Brasília (UnB). Ao longo desse caminho, Érica encontrou mulheres admiráveis, incluindo sua professora de Química no ensino médio, que a incentivou a seguir essa carreira. “Todas as minhas mentoras foram mulheres; sempre busquei profissionais com quem pudesse trocar experiências. E quando descobri que os prêmios Nobel de Marie Curie foram na área de espectrometria, me senti valorizada”, afirma Érica.

A inspiração também vem das colegas, como destaca a farmacêutica bioquímica Ana Beatriz Gouveia: “Já crescemos com a ideia de que precisamos provar nossa capacidade. Não só para o mundo, ainda machista, em que vivemos, mas para nós mesmas”. Ela atua no setor de Hematologia e contribui para o avanço da ciência com sua dedicação e paixão.

A celebração do Dia Internacional de Mulheres e Meninas na Ciência é uma oportunidade para reconhecer e valorizar o papel fundamental das mulheres cientistas em nossa sociedade.

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