Por Fernanda Cappellesso
“Quero botar câmera no cidadão que está com tornozeleira, que, muitas vezes, coloca um papel de alumínio nela, sai fora dos limites e vai matar uma pessoa. Câmera na farda, por exemplo, não traz resultado nenhum, só faz inibir o policial”, disse o governador de Goiás e pré-candidato à presidência da República pelo União Brasil, Ronaldo Caiado. A declaração foi dada no programa Diálogos, que é conduzido pelo jornalista Mario Sergio Conti e que foi ao ar na Globo News, na noite de sexta-feira, 16 de fevereiro.
Na entrevista, Caiado avaliou o impacto de medidas como o controle de penitenciárias e a autonomia das polícias na redução da criminalidade no estado, que tem registrado queda expressiva em todos os crimes desde 2018. De acordo com Caiado, se não houver controle das penitenciárias, não se controla o crime.
Além disso, Caiado defendeu veementemente a autonomia das forças de segurança, enfatizando a necessidade de treinamento, armamento e equipamentos de qualidade para os profissionais. O governador destacou ainda o investimento de R$111 milhões no sistema penitenciário para que tudo isso seja possível.
Caiado destacou ainda que o controle do narcotráfico é outra forma de garantir autoridade ao Estado, a democracia e o exercício pleno de direitos pelo cidadão. “O Estado não pode se acovardar. É preciso coragem para enfrentar o crime”, disse Caiado ao afirmar que o governo goiano tem tomado todas as medidas possíveis para que o cidadão tenha direito de ir e vir sem se sentir intimidado pelas facções criminosas.
Caiado confirma pré-candidatura pelo União Brasil
Na entrevista, que faz parte da série de ações da equipe estratégica para tornar Caiado conhecido em todo o Brasil, ele foi apresentado como pré-candidato à Presidência da República por Mario Sergio Conti. Durante a entrevista, Ronaldo Caiado, falou sobre a sua candidatura à presidência em 2026.
Quando indagado sobre os rumores envolvendo uma eventual chapa com Michele Bolsonaro como vice, Caiado respondeu que, caso optasse por concorrer pelo Partido Liberal (PL), estaria aberto à ideia de ter a ex-primeira-dama como sua companheira de chapa. No entanto, ele enfatizou sua disposição inicial em lançar sua candidatura pelo União Brasil (UB), partido pelo qual obteve sucesso em Goiás.
Devemos recordar que Caiado, já teve uma incursão na corrida presidencial em 1989, embora tenha recebido menos de 1% dos votos naquela ocasião. Sua longa carreira política incluiu dois mandatos como deputado federal por Goiás, servindo de 1991 a 1995 e de 1999 a 2014.
Governador de Goiás confirma presença em ato Bolsonarista
Na entrevista, Caiado também reiterou sua participação no ato bolsonarista programado para o dia 25 de fevereiro em São Paulo. O evento está sendo organizado pelo próprio ex-presidente Jair Bolsonaro, e a presença de Caiado é vista como uma estratégia para angariar apoio para uma eventual candidatura presidencial no futuro.
A manifestação tem como objetivo destacar pautas conservadoras e de segurança pública. Segundo Caiado, o encontro será pacífico e oferecerá a Bolsonaro uma oportunidade de “apresentar” seus argumentos.
Durante a entrevista, Conti trouxe à tona os embates entre Caiado e Bolsonaro durante a pandemia de Covid-19, especialmente em relação à vacinação, na qual o ex-presidente se opôs. No entanto, o governador afirmou que, apesar das discordâncias, Bolsonaro esteve em Goiás em encontros e almoços institucionais, reafirmando sua aliança com o ex-presidente.
Especialista diz que Caiado se firma como o melhor nome da direita brasileira
Para a cientista social, Simone Dantas, que conversou com o Diário de Aparecida sobre a projeção de Caiado, o governador de Goiás é o melhor nome, no momento, da direita brasileira para concorrer ao cargo de presidente. Simone explica ainda que, além de sua eficácia administrativa, Caiado é conhecido por sua abordagem pragmática e respeito aos princípios democráticos, diferenciando-se da chamada “direita radical”. Ela recorda que, durante a pandemia de COVID-19, Ronaldo Caiado adotou uma postura destacada por seu pragmatismo e respeito aos princípios científicos e de saúde pública.
“Sendo médico de formação, Caiado reconheceu desde o início a gravidade da doença e investiu significativamente na criação de infraestrutura e na qualificação do atendimento médico. Ele enfatizou a importância da vida e da saúde acima de outras questões, refletindo um compromisso humanista com a população”, explicou a especialista ao destacar que as ações humanizaram e deram destaque ao perfil do Governador de Goiás.
A especialista recorda ainda que, logo após os atos de vandalismo de 8 de janeiro, Caiado foi o primeiro governador a se posicionar contra os ataques aos poderes constituídos e ofereceu apoio para ajudar a pacificar a situação. Em suas redes sociais, Caiado enfatizou seu respeito pela democracia e pelas urnas, considerando o debate e a discordância como elementos fundamentais do regime democrático, mas condenando a baderna. “Seu posicionamento reflete um compromisso com o respeito às instituições democráticas e à ordem pública. Isso fez com que ele ganhasse o respeito de eleitores do centro e da direita”, detalhou.
Simone destacou o comportamento democrático de Ronaldo Caiado, governador de Goiás, mesmo em situações contrárias a seus interesses. Um exemplo notável foi a sua postura durante a Reforma Tributária. Apesar de Caiado ter sido um opositor da reforma e ter conduzido uma campanha para impedir sua aprovação, ele aceitou democraticamente o resultado contrário a suas expectativas. Esse episódio demonstra a disposição de Caiado em respeitar os processos democráticos, independentemente dos resultados, evidenciando seu compromisso com os princípios democráticos.
“A combinação de liderança eficiente, respeito aos princípios democráticos e capacidade de diálogo posiciona Ronaldo Caiado como uma alternativa forte, e ousaria dizer que a melhor alternativa para a direita brasileira, atraindo um eleitorado que busca liderança experiente e comprometida com a gestão pública eficiente e transparente”, disse ao destacar que à medida que se aproxima a corrida presidencial de 2026, seu nome ganha força entre os que não se identificam com a esquerda e buscam uma liderança sólida e com resultados comprovados.
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