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Pesquisadores da UFG encontram ovos de aedes aegypti infectados com zika e chikungunya em Goiânia

Confirmação foi publicada na Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical na última sexta-feira (23)

Um estudo da Universidade Federal de Goiás (UFG), publicado na última sexta-feira (23), na Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical, aponta a identificação de ovos do mosquito Aedes Aegypti, transmissor da dengue, contaminados com os vírus da zika e chikungunya. A pesquisa identificou que os mosquitos que emergiram dos ovos já estavam infectados, o que confirmou a transmissão vertical das doenças.

Segundo o pesquisador da UFG e autor do estudo, Diego Michel, a transmissão vertical ocorre quando os vírus passam do mosquito fêmea para os ovos, fazendo com que a doença seja transmitida para humanos de forma mais rápida. “Em vez de ser apenas hospedeiro, nestes casos o mosquito carrega o vírus desde o nascimento”, explica.

Para realizar uma investigação sobre a possível transmissão vertical, os pesquisadores coletaram 1.570 ovos de Aedes Aegypti, em sete regiões diferentes de Goiânia, e os criaram em laboratório até que as larvas eclodiram. Outra tarefa indispensável para o estudo foi a segregação dos ovos a partir do sexo, já que a transmissão dos vírus para os humanos ocorre por meio da picada das fêmeas durante o período reprodutivo.

Com a eclosão, os cientistas fizeram testes de PCR para averiguar a presença dos vírus da dengue, zika e chikungunya nas larvas. Duas amostras testaram positivo para chikungunya e uma para o vírus da zika.

“Pode ocorrer de ovos infectados resistirem a ciclos naturais, como períodos de seca, e aí eclodiram quando vem o período chuvoso, representando então um alerta para a vigilância epidemiológica porque esses indivíduos não precisam procurar hospedeiros humanos para começar a transmissão, eles já são altamente infecciosos”, explicou o biólogo e líder do estudo, Diego Michel, doutorando em Biologia Molecular na UFG, ao jornal Folha de S.Paulo.

O estudo foi realizado com a participação de especialistas do Centro de Estudos e Pesquisas sobre Agentes (Re)emergentes e do Instituto de Patologia Tropical e Saúde Pública, ambos da Universidade Federal de Goiás (UFG), além da Unidade Sentinela e Centro de Referência em Medicina Internacional e de Viagens do município de Goiânia.

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