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No Dia Internacional da Síndrome de Down, Apae de Aparecida destaca rede de cuidados

Data dedica-se a reconhecer as habilidades, talentos e conquistas das pessoas com essa condição genética

Por Eduardo Marques

O Dia Internacional da Síndrome de Down, comemorado em 21 de março, é uma ocasião significativa para celebrar a diversidade e promover a inclusão das pessoas com essa condição genética. Este dia especial, reconhecido pela Organização das Nações Unidas (ONU) desde 2012, destaca a importância de valorizar as contribuições únicas e as habilidades das pessoas com síndrome de Down.

Vitória Oliveira, de 22 anos, aluna da Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae) de Aparecida de Goiânia desde os 2 anos, sempre muito comunicativa e extrovertida proporcionou um novo sentido na vida de seus pais. Dalva Barbosa, moradora da Vila Maria, afirmou ao Diário de Aparecida que teve sua vida completamente transformada desde a chegada da filha. Além da jovem encher a casa de alegria, ela afirma que passou a ter uma nova perspectiva sobre o mundo.

”É cada dia uma experiência maravilhosa. Me tornei uma pessoa melhor, passei a trabalhar melhor, a lidar melhor com as outras pessoas, então foi de extrema importância a vinda dela e acredito que na vida de cada família também faça essa diferença’’, disse dona Dalva Barbosa durante visita do DA a entidade na tarde de quinta-feira (21).

De acordo com ela, a dedicação da Apae de Aparecida de Goiânia tem sido um pilar fundamental no progresso de Vitória. Dalva sente-se privilegiada ao testemunhar sua filha recebendo esse suporte da entidade. A mãe destaca a notável preparação dos profissionais para atender às necessidades das pessoas com deficiência, sendo um aspecto que chamou a sua atenção.

‘’São pessoas que entendem o mundo deles, que vivem com eles diariamente. Então, na vida da Vitória, faz muita diferença, e entendo que pra todas as pessoas especiais [sic] deve ser realmente fundamental contar com esse apoio e ter pessoas assim tão amáveis, tão queridas doando o seu tempo e amor. Isso muda o mundo’’, complementou.

A Apae de Aparecida atende, ao todo, 15 pessoas com Down e desempenha um papel fundamental na educação do grupo, oferecendo atividades especializadas com uma abordagem inclusiva e adaptada com multiprofissionais.

Além disso, ela é preparada para acolher diversas faixas etárias, capacitando indivíduos com síndrome de Down para todas as áreas da vida. A entidade é mantida através de doações. A instituição disponibiliza o telefone 3548-3555 e a conta no Instagram @apaeaparecida para quem puder ajudar os alunos e profissionais.

Vitória Oliveira, aluna da entidade, sempre muito comunicativa e extrovertida deu um novo sentido na vida de seus pais

Sociedade deve acolher e respeitar as pessoas com deficiência, frisa diretora

O Dia Internacional da Síndrome de Down enfatiza a necessidade de acabar com a ideia de que esse grupo de pessoas não podem estudar ou trabalhar, por exemplo. A diretora da unidade, Cristiane Magalhães, pontua que a sociedade deve acolher e respeitar as pessoas com deficiência intelectual. “A data é uma oportunidade para desafiar estereótipos, combater o preconceito, promover uma cultura de aceitação, apoio e igualdade”, frisou ao DA.

Segundo ela, apesar dos avanços significativos na inclusão e no apoio às pessoas com síndrome de Down, ainda existem desafios a serem superados. “A acessibilidade a serviços de saúde de qualidade, educação inclusiva, emprego digno e participação plena na sociedade continuam sendo áreas que exigem atenção e investimento”, explica.

A educação especializada proporcionada pela Apae de Aparecida oferece um planejamento individualizado construído em conjunto com a família. Para a diretora, o objetivo é desenvolver todas as potencialidades dos alunos, como o lado emocional, social e físico.

‘’Buscamos o envolvimento deles com os demais amigos que eles têm com diversas especificidades, então eles vão aprender a lidar com as diferenças. Nós somos únicos, porém nós temos que aprender a viver com cada um e suas diferenças’’, enfatizou a educadora.

Durante o processo educacional, muitas vezes as crianças com síndrome de Down que acabaram de ingressar no ambiente escolar tendem a se fechar. Por isso, de acordo com a diretora, o apoio constante da família é crucial, para que os professores e demais profissionais possam conhecê-las e entender suas dificuldades e habilidades. “Dessa forma, o aprendizado pode ser mais rápido e eficaz”, conclui.

Crer celebra a importância da inclusão

No Dia Internacional da Síndrome de Down, é essencial destacar os tratamentos e intervenções disponíveis para promover o desenvolvimento e a qualidade de vida desses indivíduos. No Centro Estadual de Reabilitação e Readaptação Dr. Henrique Santillo – Crer, uma unidade da Secretaria de Estado de Goiás (SES-GO), pessoas com down recebem atendimento médico e multiprofissional especializado.

A supervisora de reabilitação auditiva e intelectual do Crer, Caroline Rodrigues Almeida, explica que a Síndrome de Down não é uma doença, mas, sim, uma mutação do material genético humano. “A pessoa com síndrome de Down apresenta personalidade e características diferentes e únicas. É capaz de sentir, amar, aprender, divertir-se e trabalhar normalmente, podendo ocupar espaço digno na sociedade, assim como todos”, afirma Caroline.

Intervenção precoce

Atualmente, o Crer atende 59 crianças com Down, nos atendimentos na clínica intelectual e na neuro infantil da unidade. O atendimento é realizado por uma equipe multiprofissional composta de psicólogos, fonoaudiólogos, fisioterapeutas, terapeutas ocupacionais, musicoterapeutas e pedagogos, que realizam diversas abordagens terapêuticas, entre elas: academia, natação, equoterapia, acompanhamento odontológico, aconselhamento genético e cozinha terapêutica.

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