Condenado por estupro, Daniel Alves deixou o Centro Penitenciário Brians 2, às 12h26 (horário de Brasília) desta segunda-feira, após pagar a fiança de 1 milhão de euros (R$5,4 milhões). O pedido de liberdade provisória mediante fiança foi oficializado pela advogada do ex-jogador há cinco dias.
Daniel Alves deixou a prisão na companhia de, Inés Guardiola, sua advogada, e Bruno Basil, o amigo que esteve presente com ele na noite do crime. Ainda não há confirmação da fonte de pagamento usada pelo jogador. Há pouco mais de uma semana, o pai de Neymar negou os rumores de que ajudaria Daniel a realizar o pagamento.
O jogador foi preso preventivamente em 20 de janeiro de 2022, suspeito de estupro. A acusação aconteceu cerca de um anos depois, onde Daniel Alves foi sentenciado a quatro anos e seis meses de prisão pelo Tribunal de Barcelona por agressão sexual. A sentença, no entanto, foi alvo de recurso por parte da defesa de Alves.
Segundo decisão da Audiência Provincial de Barcelona, o ex-jogador da Seleção Brasileira terá liberdade provisória até que sejam analisados todos os recursos apresentados, onde deve ser apresentada uma sentença definitiva.
Enquanto isso, o acusado deixa a prisão sob algumas medidas cautelares: Daniel está proibido de deixar a Espanha e deve se apresentar, uma vez por semana, ao Tribunal, para isso, seus dois passaportes foram apreendidos. Outra condição estipula que Alves não se aproxime da vítima, nem tente se comunicar com ela.
Seleção Brasileira reage a liberdade provisória
Capitão da Seleção Brasileira no amistoso contra a Inglaterra, o jogador Danilo foi o primeiro atleta da equipe a se posicionar sobre as condenações de Daniel Alves e Robinho, preso no Brasil por condenação de estupro cometido na Itália.
Danilo declarou sua indignação quanto aos fatos ocorridos e trouxe reflexões sobre o machismo, além de apontar a necessidade dos jogadores de futebol aprenderem a se portar em sociedade, como formadores de opinião.
“É importante, falando mais uma vez para o Rodrigo (Paiva, diretor de comunicação) que está aqui representando a direção da CBF, poder iniciar essa conscientização, trazer conversas e debates, principalmente para a juventude, que é onde a gente consegue ir formando de modo mais genuíno esse pensamento reflexivo, se colocando no lugar das mulheres de forma empática, para que elas possam ter mais liberdade para ocupar os lugares que merecem ocupar“, pontuou.
Antes disso, na última quinta-feira, a presidente do Palmeiras e chefe de delegação da Seleção Brasileira, Leila Pereira, afirmou que ambos os casos representam “um tapa na cara de todas nós mulheres”.
“É um absurdo você cometer um crime, ser condenado, não estamos falando de um processo, mas de uma condenação. Não acredito que você combata a criminalidade sem a punição – e severa. Todos os crimes devem ser punidos de maneira severa, mas principalmente contra as mulheres”, pontuou em entrevista.
As declarações de Leila fizeram com que mais dirigentes e personalidades importantes dentro da Seleção se pronunciassem, como o presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), Ednaldo Rodrigues.
Em entrevista ao UOL, Ednaldo declarou que confia muito na justiça e espera que Alves pague por seus crimes. “Eu confio muito na justiça, confio muito mesmo. Ocorreu todo o processo legal, foi dada a chance do contraditório e saiu a condenação. Cada um precisa pagar pelo crime que cometeu. Conheço a família do Daniel Alves, que é honrada. O que aconteceu é triste, mas cada um tem que pagar pelos seus crimes”.
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