Neste sábado (27), o Ministério da Saúde (MS) anunciou nova atualização na lista de pessoas que passam a integrar os grupos prioritários para vacinação contra o HPV. Pacientes com papilomatose respiratória recorrente serão ofertados mediante apresentação de prescrição médica. Para pacientes menores de 18 anos, é necessário apresentar também um documento com o consentimento dos pais ou de responsáveis.
A inclusão, conforme o Ministério da Saúde, foi motivada por publicações que demonstram os benefícios da vacina como tratamento auxiliar para a doença, indicando redução no número e no espaçamento de recidivas em pacientes imunizados.
Papilomatose Respiratória.
A papilomatose respiratória recorrente é uma doença pouco comum, em geral, benigna, mas que pode causar grave comprometimento clínico e psicológico nas pessoas afetadas.O quadro acomete tanto crianças como adultos.
Ela é causada pela infecção pelo próprio HPV, sobretudo pelos tipos 6 e 11, a doença caracteriza-se pela formação de verrugas, geralmente na laringe, mas que podem se estender para outras partes do sistema respiratório. O tratamento é cirúrgico, para remoção das verrugas das cordas vocais e da laringe.
“Mesmo com uso concomitante de medicamentos que podem ser associados ao procedimento, as recorrências são frequentes, sendo necessários repetidos procedimentos cirúrgicos”, destacou o ministério.
Vacinação contra o HPV em dose única
A partir de fevereiro, a estratégia de imunização contra o HPV foi alterada para uma dose única, substituindo o esquema anterior de duas doses. O objetivo, conforme as autoridades de saúde, é reforçar a proteção contra o câncer cervical e outras complicações relacionadas ao vírus, incluindo a papilomatose respiratória recorrente.
A decisão de adotar a vacinação em dose única baseou-se em estudos de eficácia e está conforme as últimas recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS) e da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS).
Quem pode receber a vacinação
O HPV no Brasil deve ser administrado a meninos e meninas com idades entre 9 e 14 anos. Além disso, indivíduas vítimas de abuso sexual, com idades entre 15 e 45 anos (tanto homens quanto mulheres), que não foram imunizados anteriormente, assim como pessoas vivendo com HIV, transplantados de órgãos sólidos e de medula óssea e pacientes oncológicos com idades entre 9 e 45 anos também estão incluídos no grupo que pode receber a imunização.
Testes
Em março, o Ministério da Saúde divulgou a adição ao Sistema Único de Saúde (SUS) de um teste para detecção do HPV em mulheres, considerado inovador pela pasta. Essa tecnologia utiliza testes moleculares para identificar o vírus e rastrear o câncer de colo de útero, permitindo o teste a cada intervalo de cinco anos.
A forma atual de rastreio do HPV, feita por meio do exame conhecido popularmente como Papanicolau, precisa ser realizada a cada três anos. A incorporação do teste na rede pública passou por avaliação da Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no Sistema Único de Saúde (Conitec), que considerou a tecnologia mais precisa que a atualmente ofertada no SUS.
O HPV é considerado atualmente a infecção sexualmente transmissível mais comum em todo o mundo e o principal causador do câncer de colo de útero. A estimativa do ministério é que cerca de 17 mil mulheres sejam diagnosticadas com a doença no Brasil todos os anos.