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Engenheiro disputado por equipes da Fórmula 1 foi réu em acidente de Senna

“Sempre sentirei um grau de responsabilidade pela morte de Ayrton, mas não culpa”, diz Newey

De acordo com informações do jornal britânico The Guardian, o “mago” da aerodinâmica na Fórmula 1, Adrian Newey, estaria de saída da equipe Red Bull Racing, após quase 20 anos. O contrato de Newey com a equipe se encerra ao fim de 2025, mas o engenheiro já é sondado por equipes como a Ferrari.

O britânico é dono de um currículo muito visado por muitos designers de carro no universo do automobilismo. Newey é campeão mundial pelas equipes Williams, McLaren e Red Bull. Pela equipe austríaca, Red Bull, soma sete títulos de Pilotos, sendo quatro de Sebastian Vettel e três de Max Verstappen, além de seis Campeonatos de Construtores. 

Dominador do atual regulamento, Newey é um dos pilares do recente sucesso da base na fábrica da Red Bull. O engenheiro foi capaz de dominar a aerodinâmica do efeito-solo de uma forma que deixou as outras equipes com inveja e “comendo poeira”. 

Newey revela, no entanto, que seu currículo contém um dos erros mais trágicos da história da Fórmula 1: o projeto do carro Williams FW16, de 1994, para Ayrton Senna. 

Uma batida violenta, na sétima volta do Grande Prêmio de San Marino, na Itália, foi responsável por tirar a vida do tricampeão mundial de Fórmula 1. A explicação mais usada para a morte de Senna culpa a barra de direção, que teria quebrado com o impacto, perfurando o crânio do piloto.

O caso foi investigado pelo tribunal de Bolonha, localizado na região norte da Itália. A justiça acatou um recurso da promotoria que acreditava na solda mal feita. Originalmente, seis pessoas foram acusadas pela morte do brasileiro, incluindo o engenheiro e designer Adrian Newey

Segundo Newey, existiam muitas coisas erradas naquela Williams. “O que me faz sentir a maior culpa não é a possibilidade de que a falha da coluna de direção possa ter causado o acidente, porque eu não acho isso, mas sim o fato de eu ter complicado a aerodinâmica do carro”, disse ele em seu livro “How to Build A Car”.

“Eu interpretei errado a transição da suspensão ativa (em 1993) de volta à passiva e projetei um carro que era aerodinamicamente instável, no qual Ayrton tentava fazer coisas que o carro não era capaz de fazer”, explica o engenheiro. 

Durante a primeira volta da corrida, um acidente em pista obrigou os pilotos a dirigirem devagar. Logo, os pneus ficaram frios e perderam 25% da pressão. O carro de Senna ficou 5mm mais baixo, o que pode ter desestabilizado a aerodinâmica. A Williams teria perdido aderência na pista.

“Se ele teve um pneu furado ou não, ele estava por dentro em uma linha mais rápida e ondulada em um carro que era aerodinamicamente instável. Isso pode ter tornado o carro difícil de controlar, mesmo para ele”, continua Newey.

No dia 22 de novembro de 1999, o Tribunal de Justiça da Itália decidiu que não havia provas que incriminasse Newey pelo acidente. Frank Williams, proprietário da equipe, declarou então que a morte de Senna teria sido causada por “excesso de velocidade em conjunto com outras circunstâncias infelizes”. 

“Eu sempre sentirei um grau de responsabilidade pela morte de Ayrton, mas não culpa”, disse Newey. “O fato de que o caso de (Roland) Ratzenberger foi tão facilmente varrido sob o carpete me deixa desconfiado de que as principais motivações de Passarini (promotor italiano, responsável pelo caso) possam ser glória e notoriedade pessoais”.

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