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Desemprego de 80% em Gaza obriga crianças a trabalharem

Oito meses após o início da guerra entre Israel e Hamas, a Organização Internacional do Trabalho (OIT) descreve o ano como o mais difícil para os trabalhadores palestinos desde 1967

Oito meses após o início da guerra entre Israel e Hamas na Faixa de Gaza, a Organização Internacional do Trabalho (OIT) alertou que as famílias precisam enviar seus filhos para trabalhar apenas para sobreviver, já que o desemprego se aproxima de 80%.
Os detalhes desse desenvolvimento e a “devastação sem precedentes” do mercado de trabalho palestino e da economia em geral, além de Gaza e da Cisjordânia, estão descritos em um novo relatório da OIT, publicado na sexta-feira (7).
Antes de sua publicação, o diretor-geral da agência da Organização das Nações Unidas (ONU), Gilbert Houngbo, disse à 112ª Conferência Internacional do Trabalho, em Genebra, na última quinta-feira (6), que o mercado laboral em Gaza havia “entrado em colapso” desde os ataques terroristas liderados pelo Hamas contra Israel em outubro passado, que desencadearam a “guerra implacável” de Israel.
Ele adicionou que Gaza está em ruínas, com os meios de subsistência destruídos e o trabalho escasso. Na avaliação do líder da OIT, este foi o ano mais difícil para os trabalhadores palestinos desde 1967.

 

Crise econômica na Cisjordânia

De acordo com os dados obtidos pela OIT e pelo Escritório Central de Estatísticas da Palestina, o desemprego na Faixa de Gaza chegou a 79,1%. Embora não tenha sido diretamente afetada pela guerra, a Cisjordânia ocupada também foi severamente afetada pela crise, com quase uma pessoa, em cada três, desempregada.
Os autores do relatório destacaram que os números elevam a taxa média de desemprego para 50,8% nas duas áreas dos territórios palestinos, observando que o número real provavelmente é ainda maior, pois não inclui indivíduos que deixaram a força de trabalho por falta de oportunidades.
Assim, a produção econômica geral em Gaza sofreu uma contração de 83,5% e de 22,7% na Cisjordânia nos últimos oito meses, enquanto toda a economia dos territórios palestinos ocupados encolheu quase 33%.

 

Assistência médica entra em Gaza

Em nota separada, a Organização Mundial da Saúde (OMS) anunciou que, apesar de “restrições significativas”, um caminhão e um trailer transportando ajuda médica chegaram a Gaza através da passagem sul de Kerem Shalom na sexta-feira (7). Segundo a agência, os suprimentos serão distribuídos às instalações de saúde para apoiar o tratamento de até 44 mil pessoas.
A OMS explica que a assistência inclui tratamentos para doenças crônicas, como hipertensão e problemas cardíacos, diabetes tipo 2 e doenças respiratórias, mas é necessário que muito mais insumos entrem no enclave por meio da passagem de Rafah, ainda fechada.

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