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Brasil tem o 2º maior juro real do mundo após decisão do BC de manter taxa em 10,5%

Segundo comunicado, a decisão foi unânime entre os nove membros do colegiado

Conforme publicado nesta quarta-feira (19), o Brasil ocupa a segunda posição com o maior juro real entre 40 países. Conforme o economista Jason Vieira, a taxa é de 6,79% ao ano. O país fica atrás da Rússia, com juros reais de 8,91%. Os juros reais são a conta considerando a taxa de juros descontada da inflação, e, mais do que a taxa bruta, é o número que de fato afeta a economia.

O cálculo considera a inflação e os juros futuros, que influenciam o andamento da economia e as decisões BC para a Selic. Para a taxa brasileira, a metodologia usou a inflação projetada para os próximos 12 meses pelo mercado e coletada pelo Boletim Focus, que é de 3,96%. Também foi considerada a taxa de juros DI a mercado dos aproximados próximos 12 meses no vencimento mais líquido (Jun 25).O Copom manteve os juros no atual patamar de 10,5% ao ano, conforme publicado nesta quarta-feira (19), encerrando o ciclo de queda da Selic iniciado em agosto do ano passado, quando a taxa estava em 13,75%.

 

Segundo comunicado, a decisão foi unânime entre os nove membros do colegiado. O placar da disputa era um dos grandes pontos de atenção dos analistas diante da perspectiva de parte do mercado de que os membros indicados pelo atual governo teriam uma postura mais leniente com a inflação. Segundo o BC, a decisão foi tomada diante do cenário doméstico, apresentando resiliência nas atividades, elevação das projeções para a inflação e expectativas desancoradas. Na cena global, o colegiado destacou o clima de incerteza.

O BC também não antevê novos cortes e citou que “a política monetária deve se manter contracionista por tempo suficiente em patamar que consolide não apenas o processo de desinflação como também a ancoragem das expectativas em torno de suas metas”.

Foi a primeira vez, após sete reuniões, que o colegiado não alterou os juros. A decisão deixa a taxa básica no menor patamar desde o final de 2021. A interrupção do ciclo ocorre em meio ao descolamento das expectativas para a inflação, com o aumento do temor do mercado na capacidade do governo cumprir o compromisso fiscal de zerar o déficit das contas públicas a partir deste ano.

A decisão confirmou as apostas do mercado para a interrupção do ciclo de queda de juros em meio a um cenário de desancoragem das expectativas da inflação desde o último encontro do Copom, em maio. Até abril deste ano, o Boletim Focus ainda apontava que a Selic poderia encerrar 2024 em um dígito, a 9%. Porém, a partir desta semana, as projeções passaram a apontar para uma Selic em 10,5% ao fim deste ano.

 

Fonte: CNN Brasil

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