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Motoristas do transporte coletivo em Goiânia e região podem entrar em greve

Profissionais reivindicam reajuste salarial de 15%, assim como um aumento de 20% no valor do vale alimentação

A partir da próxima sexta-feira (28), Goiânia e sua Região Metropolitana podem enfrentar uma paralisação completa do transporte coletivo. O indicativo de greve foi formalizado nesta segunda-feira (24) pelo Sindicato Intermunicipal dos Trabalhadores do Transporte Coletivo e Urbano de Goiânia e Região Metropolitana (Sindicoletivo) após meses de negociações infrutíferas com o Sindicato das Empresas de Transporte Coletivo Urbano e Passageiros de Goiânia (SET).

As negociações, que se arrastam desde dezembro do ano passado, não conseguiram avançar. Os trabalhadores reivindicam um aumento salarial de 15% e um acréscimo de 20% no valor do ticket alimentação. Em resposta, o SET ofereceu um aumento imediato de 4,5% e um adicional de 2% em setembro, proposta esta rejeitada pela categoria.

Em entrevista para o jornal O Hoje, Sérgio Reis, diretor do Sindicoletivo, destacou que a proposta do SET é insuficiente, considerando especialmente os subsídios recebidos pelas empresas de transporte do governo estadual e das prefeituras. Ele explicou que, enquanto a tarifa paga pelo usuário é de R$ 4,30, o governo subsidia cerca de R$ 5 por passageiro, refletindo um aumento significativo que não se reflete nos salários dos trabalhadores, que aumentaram apenas 22% desde 2020.

O sindicato expressou descontentamento com a proposta, considerando o reajuste oferecido insignificante, e que os trabalhadores não desejam entrar em greve, mas consideram a paralisação necessária se não houver um acordo satisfatório.

Apesar do indicativo de greve, há uma expectativa de que as negociações possam avançar nos próximos dias para evitar a paralisação, que pode impactar mais de 2 milhões de passageiros que utilizam o serviço diariamente. Caso não haja um acordo até a próxima sexta-feira, a paralisação será efetivada, resultando na interrupção do serviço de transporte coletivo na região.

Em nota, o SET afirmou que tem se dedicado intensamente às negociações, sempre com urbanidade, diálogo e compromisso com os trabalhadores e passageiros. De acordo com o comunicado, “como prova desse compromisso, criou um comitê permanente de debates, envolvendo representantes das empresas de transporte e dos empregados, para tratar de assuntos de interesses comuns”. Além disso, o SET ofereceu “um reajuste de 6,5%, acima da média nacional e da inflação medida no período, a qual foi de 3,86%”. Se somado ao aumento concedido no ano passado, representa “um acréscimo de quase 20% nos salários de todos os profissionais da categoria, sendo um aumento real pelo terceiro ano consecutivo”. A proposta, no entanto, não foi aceita pelo sindicato.

O SET reafirma seu “compromisso diuturno com a negociação respeitosa e responsável”, repudiando “quaisquer tentativas de tornar a negociação coletiva do transporte público goiano em instrumento de politicagem”, bem como “qualquer outro expediente que não atenda aos interesses da nossa comunidade”.

 

 

 

 

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