A Polícia Civil de Goiás abriu um inquérito para investigar o influenciador digital Igor Viana, de 24 anos, e a mãe de sua filha, devido a suspeitas de desvio de doações feitas por seguidores. As doações eram destinadas ao tratamento da filha do casal, uma menina de 2 anos com paralisia cerebral.
Conhecido nas redes sociais como “Pai da Soso” e “servo do Deus vivo”, Igor Viana compartilha a rotina com sua filha, usando as plataformas digitais para solicitar doações. No entanto, em 19 de junho, Viana se tornou alvo de investigação após denúncias feitas na delegacia de Anápolis.
A delegada responsável pelo caso, Aline Lopes, informou que as primeiras queixas contra Viana surgiram por possíveis maus-tratos, visíveis em vídeos publicados por ele. Em uma das gravações, o influenciador chamou a filha de “criança inútil do car****”, fato que pode ser enquadrado como crime de maus-tratos.
“Essa fala pode ser vista como constrangimento e incitação à discriminação de pessoa com deficiência,” explicou a delegada. No perfil do Instagram, Igor Viana afirma que “Deus dá crianças especiais para pais especiais,” frase que também está sendo analisada no contexto da investigação.
Suspeita de Uso Indevido de Doações
A investigação também envolve a mãe da criança, acusada de usar as doações para realizar cirurgias plásticas. Segundo a delegada Aline Lopes, há informações de que a mãe teria feito intervenções estéticas com o dinheiro destinado ao cuidado da filha.
Igor Viana e sua ex-companheira, que trabalham com internet e não possuem renda fixa, teriam como principal fonte de renda as doações para a filha. “Estamos apurando se o dinheiro foi utilizado para algo que não seja os cuidados da menina,” disse Lopes.
Medidas Imediatas
O Conselho Tutelar de Anápolis proibiu Igor Viana de exibir a filha nas redes sociais. Em resposta, o influenciador informou que a menina aparecerá apenas em um programa por assinatura que ele mantém de forma privada.
O influenciador e a mãe da criança, que vivem separados, ainda não enfrentam um processo judicial pela guarda da filha. Ambos serão intimados a depor para esclarecer as denúncias de constrangimento de menor, estelionato, discriminação à pessoa com deficiência e apropriação de bens proventos de pessoa com deficiência.
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