O estado de Goiás registrou 9.526 internações por pneumonia nas unidades de saúde da rede estadual entre janeiro e julho deste ano. Os dados foram divulgados pelo governo estadual neste fim de semana.
A médica pneumologista Daniela Campos, membro da Sociedade Goiana de Pneumologia e Tisiologia, atribui o aumento dos casos principalmente à falta de vacinação. Campos destaca que o clima seco contribui para a disseminação da doença, mas a ausência de imunização é o principal fator de preocupação. Ela também critica o uso do termo “pneumonia silenciosa”, esclarecendo que a doença sempre apresenta algum tipo de sintoma, embora estes possam ser menos intensos.
O Hospital Estadual de Doenças Tropicais Dr. Anuar Auad (HDT) em Goiânia, gerido pelo Instituto Sócrates Guanaes (ISG), atendeu 42 pacientes com diagnóstico de pneumonia bacteriana e outras pneumonias de janeiro a junho de 2024, uma redução em relação aos 58 atendimentos no mesmo período do ano anterior. Em 2023, foram registrados 111 casos ao longo do ano.
A Secretaria de Estado da Saúde detalhou que, em 2024, o número de internações por pneumonia foi distribuído da seguinte forma: 731 em janeiro, 996 em fevereiro, 1.433 em março, 1.784 em abril, 1.802 em maio, 1.474 em junho e 1.306 em julho. A ampliação térmica e o clima seco são fatores que favorecem o aumento das doenças respiratórias.
A infectologista Marina Roriz, do HDT, ressalta a importância das vacinas para prevenir algumas formas de pneumonia. Ela recomenda manter uma boa saúde geral com alimentação adequada, sono suficiente e exercícios moderados como medidas de prevenção.
Roriz também alerta para a pneumonia silenciosa, que pode apresentar sintomas menos intensos e durar mais tempo. Os sinais incluem tosse persistente, febre, falta de ar, indisposição e falta de apetite. Em crianças, é importante observar a diminuição da diurese e sinais de prostração. Em idosos, os sintomas podem ser menos evidentes.
O diagnóstico da pneumonia pode ser feito através de painel molecular, que analisa o muco ou catarro do paciente, e exames de cultura para identificar as bactérias envolvidas. O tratamento varia de acordo com o tipo de bactéria e pode exigir antibióticos específicos. Roriz recomenda procurar atendimento médico se os sintomas persistirem ou não melhorarem com o tratamento.
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