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Seca histórica atinge Goiás e mais 15 estados, além do Distrito Federal, aponta Cemaden

Nos últimos três meses, a estiagem, agravada pela falta de chuvas e efeitos do El Niño, afeta 82% dos municípios de Goiás, além de diversas regiões do Brasil

Goiás e outros 15 estados brasileiros, além do Distrito Federal, estão enfrentando uma seca severa, considerada a mais intensa das últimas quatro décadas. De acordo com o Centro Nacional de Monitoramento de Desastres Naturais (Cemaden), divulgado nesta quarta-feira (28/8), a estiagem afeta amplamente estados como Acre, Amazonas, Bahia, Espírito Santo, Maranhão, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Pará, Paraná, Piauí, Rio de Janeiro, Rondônia, e São Paulo. Em Goiás, 82% dos municípios estão em situação de seca extrema ou severa.

Segundo Ana Paula Cunha, pesquisadora do Cemaden, essa seca se destaca não só pela sua duração, já são 12 meses consecutivos, mas também pela amplitude geográfica, afetando áreas fora do tradicionalmente árido semiárido brasileiro. Cunha explicou que a seca começou a ser registrada em junho de 2023, com a influência do fenômeno climático El Niño.

Embora o início da temporada de chuvas em outubro pudesse trazer alívio, a presença de bloqueios atmosféricos limitou o avanço das frentes frias sobre grande parte do país, reduzindo a efetividade das precipitações. Mesmo no início de 2024, as chuvas permaneceram abaixo da média, enquanto temperaturas recordes foram registradas em várias regiões. Embora o calor intenso geralmente favoreça a formação de chuvas, esse processo não ocorreu como esperado, resultando em um quadro generalizado de desequilíbrio hídrico.

A estiagem extrema está afetando quase todo o Brasil, exceto o Rio Grande do Sul, que, ao contrário, foi impactado por chuvas intensas, ocasionando um dos maiores desastres climáticos do país.

Ana Paula Cunha alertou ainda sobre a gravidade da situação, destacando que a recuperação dos reservatórios e aquíferos demandaria chuvas acima da média, algo que não está previsto para os próximos ciclos climáticos. “Quanto mais tempo esse cenário se prolonga, mais difícil será a recuperação”, afirmou a pesquisadora.

 

 

 

 

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