AparecidaEntretenimento
Tendência

Aparecida de Goiânia sedia evento nacional inédito de cinema

Festival traz bastidores sobre a criação dos efeitos sonoros no audiovisual

por Eduardo Marques

 

Aparecida de Goiânia vai sediar, entre os dias 23 e 27 de setembro, parte da programação do 1º Festival Nacional de Foley (FestFoley). O evento tem como objetivo promover formação, discutir o mercado audiovisual e destacar a importância do som em filmes, séries e outros projetos. O programa tem debates, oficinas, mesas redondas e encontros para criação de efeitos sonoros, trazendo profissionais de diversas regiões do Brasil.

As atividades serão realizadas  em cinco locais: na Universidade Estadual de Goiás (UEG) – Câmpus Laranjeiras, em Goiânia; no cinema do Buriti Shopping, em Aparecida de Goiânia; no Hotel Real Executive, em Aparecida de Goiânia; no Museu da Imagem e do Som, em Goiânia; e no Teatro Sesc, em Goiânia. Para participar, é necessário realizar inscrição. As vagas estão abertas tanto para estudantes e profissionais do audiovisual quanto para o público em geral. Não é necessário levar equipamentos próprios para as oficinas.

A diretora Thais Oliveira explica que o Foley é um processo de criação de sons que acontece depois da produção de um produto audiovisual, inserido para dar credibilidade à cena e desenvolver uma experiência imersiva para o espectador. “O artista de foley enxerga a imagem e cria sons para reforçar aquilo que é visto, já que durante a gravação, o microfone capta apenas as vozes dos atores. O nosso trabalho envolve ações dos personagens, como passos, sons de objetos sendo manipulados, e até mesmo recriação de sons mais complexos, como as batidas dos cascos de cavalo ou ossos quebrando¨, descreve a professora de Cinema da UEG.

O Núcleo Audiovisual de Produção de Foleys e Sons (NAUFO), criado em 2014, é o principal laboratório de pesquisa em foley no Centro-Oeste e visa incentivar o mercado nessa área em Goiás, que, segundo Thais, ainda possui poucos profissionais.

‘’O FestFoley  tem o potencial de expandir esse campo no Estado. A ideia é fomentar o interesse e a especialização nesta área criativa, fundamental para o audiovisual’’.

Ela ainda ressalta que o investimento em foley é também investimento no cinema nacional, principalmente no audiovisual da região central. ¨Goiás produz cinema com qualidade e o festival é uma oportunidade de mostrar para o público essa parte criativa da pós-produção sonora que vem se fortalecendo na região¨, explica.

FestFoley promove inclusão e diversidade 

A produtora executiva do festival, Thalita Barros, lembra que o evento possibilita que profissionais de som vindos de diversos locais do Brasil se encontrem fora do eixo tradicional do Sudeste, promovendo a troca de conhecimento em uma temática que ainda é pouco explorada em Goiás. Além disso, o Fest Foley  tem um enfoque especial na valorização das mulheres como agentes culturais em Goiás.

“Contamos com uma equipe técnica majoritariamente feminina e várias atividades conduzidas por mulheres. Estamos felizes e orgulhosas por produzir um evento inédito para o audiovisual e que promove inclusão e representatividade”, conta Thalita.

Um dos destaques da programação é a mesa redonda Panorama de Foley no Brasil, mediada por Thais Oliveira, que  acontece na terça-feira (24), momento onde o público vai conferir uma produção de Foley em tempo real no cinema do Buriti Shopping.

Para participar da mesa, o festival convidou Rosana Stefanoni, presidente da Associação dos Profissionais de Pós-Produção de Som (A3pS), Guta Roim, artista de Foley formada em audiovisual pela Universidade de São Paulo (USP), Rachel Rocha, técnica de gravação no Liceu de Artes em São Paulo e Juliano Schultz, professor de Audiovisual no Instituto Federal do Paraná.

O evento promove também diversas oficinas como de Audiodescrição, com a goiana Sarah Melgaço, formada em Libras pela Universidade Federal de Goiás; de Som Direto, com Haydson Oliveira, desenhista de som em Salvador (BA) e de Produção de Áudio para Games, com Eduardo Zolhof, compositor e profissional do SID- Instituto de Pesquisa e Desenvolvimento da Samsung no Brasil.

As oficinas serão realizadas em parceria com a IV BIS – Bienal do Cinema Sonoro. Idealizada por Belém Oliveira, a BIS se dedica a exaltar e desenvolver os aspectos sonoros do cinema contemporâneo, com premiações inéditas e mostras de filmes nacionais e internacionais.

Outro destaque é o workshop As Mulheres Compositoras de Música de Cinema no Brasil e no Centro-Oeste, com a musicista Geórgia Cynara,  professora do mestrado em Performances Culturais da Universidade Federal de Goiás (UFG). As mulheres do audiovisual goiano também serão destaque na mesa redonda

Para Além da Visibilidade: Múltiplas Estratégias de Atuação no Mercado Cultural, com Ceiça Ferreira, professora de Cinema e Audiovisual da UEG, Madalena Cardoso, especialista em Educação Inclusiva,  Mayara Varalho, fotógrafa e audiovisualista  e Brunê, cantora e compositora  que aborda em suas canções temáticas sobre acolhimento de pessoas com deficiência e  LGBTQIA+ .

O FestFoley foi contemplado pelo Edital Nº 06/2023 Cinema e Audiovisual realizado pela Lei Federal Paulo Gustavo, operacionalizado pela Prefeitura de Aparecida de Goiânia – GO, por meio da Secretaria Municipal de Cultura.

 

 

 

 

Leia a nossa edição impressa. Para receber as notícias do Diário de Aparecida em primeira mão entre em um dos nossos grupos de WhatsApp

Artigos relacionados

Botão Voltar ao topo