A ONG de combate à violência sexual, Me Too Brasil, informou nesta quinta-feira (05/09) que recebeu denúncias de assédio sexual envolvendo o ministro dos Direitos Humanos, Silvio Almeida. As denúncias foram confirmadas com o consentimento das vítimas, que receberam suporte jurídico e psicológico da organização. Uma das vítimas seria a ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco.
Em resposta, Silvio Almeida repudiou as acusações e pediu que a Controladoria-Geral da União, o Ministério da Justiça e a Procuradoria-Geral da República investiguem o caso. Em nota, o ministro afirmou: “Repudio com absoluta veemência as mentiras que estão sendo assacadas contra mim. Repudio tais acusações com a força do amor e do respeito que tenho pela minha esposa e pela minha amada filha de 1 ano de idade, em meio à luta que travo, diariamente, em favor dos direitos humanos e da cidadania neste país.”
Almeida também divulgou um vídeo em suas redes sociais, reafirmando sua inocência e pedindo que os responsáveis pelas denúncias sejam responsabilizados. “Confesso que é muito triste viver tudo isso, dói na alma. Mais uma vez, há um grupo querendo apagar e diminuir as nossas existências, imputando a mim condutas que eles praticam. Com isso, perde o Brasil, perde a pauta de direitos humanos, perde a igualdade racial e perde o povo brasileiro”, declarou.
O ministro ainda destacou a necessidade de uma investigação rigorosa e afirmou que as denúncias estariam ligadas à sua posição como homem negro: “Toda e qualquer denúncia deve ser investigada com todo o rigor da lei, mas para tanto é preciso que os fatos sejam expostos para serem apurados e processados. E não apenas baseados em mentiras, sem provas. Tais difamações não encontrarão par com a realidade. De acordo com movimentos recentes, fica evidente que há uma campanha para afetar a minha imagem enquanto homem negro em posição de destaque no Poder Público, mas estas não terão sucesso.”
O Palácio do Planalto também se manifestou sobre o caso, informando que a Comissão de Ética da Presidência abriu um procedimento de apuração. O governo ressaltou a seriedade das denúncias e afirmou que o caso será tratado com a devida urgência, conforme exige a gravidade das acusações.
As denúncias foram primeiramente divulgadas pelo site Metrópoles e, segundo a publicação, os casos teriam ocorrido no ano passado. A ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, que ainda não se pronunciou publicamente sobre o assunto. A primeira-dama, Janja, no entanto, publicou uma foto em que aparece demonstrando apoio à ministra.
A ONG Me Too também esclareceu que as vítimas enfrentaram dificuldades em validar suas denúncias devido à posição de poder do acusado, o que motivou a decisão de tornar o caso público.
*Com informações BBC Brasil
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