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Mulheres ganham 22,7% a menos que homens em Goiás

Documento reúne informações de 1.428 empresas goianas com 100 ou mais funcionários

As mulheres ganham 22,7% a menos do que os homens em Goiás. No Estado, a remuneração média dos homens é de R$ 3.681,24, enquanto a das mulheres é de R$ 2.845,53. É o que aponta o 2º Relatório de Transparência Salarial, documento elaborado pelos Ministérios do Trabalho e Emprego (MTE) e das Mulheres, com o recorte de gênero, divulgado na última quarta-feira (25), a partir dos dados extraídos de informações enviadas pelas empresas com 100 ou mais funcionários, exigência da Lei nº 14.611/2023.

A Lei de Igualdade Salarial determina a equiparação de salários entre mulheres e homens em situações nas quais ambos desempenham funções equivalentes (ou seja, quando realizam o mesmo trabalho, com igual produtividade e eficiência). Em Goiás, a diferença de remuneração entre mulheres e homens varia de acordo com o grande grupo ocupacional. Em cargos de dirigentes e gerentes, por exemplo, a diferença é de 32,6%.

No total, 1.428 empresas goianas responderam ao questionário. Juntas, elas somam 477 mil pessoas empregadas. O 2º Relatório foi apresentado no dia 18 de setembro, uma quarta-feira. Em março, o primeiro relatório indicou que as mulheres recebiam 23,1% a menos do que eles, em um universo de 1,3 mil empresas com 472,1 mil empregados.

No recorte por raça, o relatório aponta que o número de mulheres negras é bem maior que o de mulheres não negras nas empresas do levantamento, com registro de 115,6 mil e 65 mil, respectivamente. Contudo, mulheres negras recebem, em média, 26,7% a menos que as não negras. Entre os homens negros e não negros, a diferença de remuneração média é de 24,2%.

O documento registrou que, em Goiás, 51,2% das empresas possuem planos de cargos e salários; 35% têm políticas de incentivo à contratação de mulheres; 41,1% adotam políticas para promoção de mulheres a cargos de direção e gerência e 27,6% adotam incentivos para contratação de mulheres negras. Em relação ao incentivo à contratação de mulheres LGBTQIAP+, 23% dos estabelecimentos contam com a política.

O relatório também apresenta informações que indicam se as empresas contam com políticas efetivas de incentivo à contratação de mulheres, como flexibilização do regime de trabalho para apoio à parentalidade, entre outros critérios vistos como de incentivo à entrada, permanência e ascensão profissional das mulheres.

No País como um todo, elas recebem 20,7% a menos do que eles

A diferença salarial entre homens e mulheres no Brasil cresceu desde o começo do ano – e agora, as mulheres recebem em média 20,7% a menos que os homens empregados no setor privado do País. Os dados foram divulgados no dia 18 de setembro pelo Ministério do Trabalho e Emprego. Até março deste ano, a diferença era de 19,4%.

Segundo o relatório, a discrepância entre os salários é ainda maior para mulheres em cargos de direção e gerência. Elas recebem 73% da remuneração dos homens nos mesmos cargos – ou seja, 27% a menos do que deveriam se houvesse equidade de gênero.

O levantamento considera 18 milhões de trabalhadores em 50.692 estabelecimentos com 100 ou mais empregados. Nessas empresas, a remuneração média é de R$ 4.125. Mas essa média esconde diferenças de gênero e raça.

Ao divulgar os dados, o governo também lançou um Plano Nacional de Igualdade Salarial e Laboral entre Homens e Mulheres. O documento lista 79 ações em três eixos para estimular a equiparação das funções e dos rendimentos entre homens e mulheres – capacitar mulheres jovens e incluir o tema nas negociações sindicais, por exemplo.

No relatório, o Ministério do Trabalho e Emprego afirma que um componente estrutural do mercado de trabalho dificulta a obtenção de dados mais precisos: a baixa presença de mulheres negras no mercado, e de mulheres em geral em altos postos.

 

 

 

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