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Caiado e Vilela inauguram 1.600 novas vagas no Complexo Prisional de aparecida

São 800 na CPP e outras 800 na Penitenciária Odenir Guimarães

por Eduardo Marques

 

 

O governador Ronaldo Caiado (União Brasil) e o vice-governador Daniel Vilela (MDB) inauguraram na tarde de ontem (9) a maior ampliação de vagas da história do sistema penitenciário goiano. O Complexo Prisional Policial Penal Daniella Cruvinel, em Aparecida de Goiânia, recebe 1,6 mil novas vagas, sendo 800 na Casa de Prisão Provisória (CPP) e outras 800 na Penitenciária Coronel Odenir Guimarães (POG). O investimento é de R$ 110 milhões dos cofres estaduais.

Nas duas novas edificações foram construídas celas coletivas, celas de triagem e parlatórios, além de galpões de trabalho (dois em cada unidade) com 249m² cada, o que proporcionará condições de trabalho e qualificação a mais de 400 apenados. As celas também têm trancas aéreas (para que o policial penal não tenha contato com os presos) e não há pontos de energia.

Essas 1,6 mil vagas se juntam a outras 1.250 que serão abertas no sistema penitenciário goiano até abril de 2025. Serão 800 nas unidades prisionais regionais de Caldas Novas e Formosa (400 em cada); 300 na Unidade Prisional Regional de Novo Gama; e 150 na ampliação do Presídio Estadual de Anápolis.

O governador Ronaldo Caiado destacou que as novas vagas trazem dignidade aos detentos. “A pessoa vai cumprir a pena, mas com dignidade para conseguir alcançar a ressocialização. O governo de Goiás investe para acabar com a superlotação dos presídios”, frisou o chefe do Executivo estadual em coletiva de imprensa ao lembrar que a gestão oferece condições para que os presos possam trabalhar.

Sistema ficou mais de 20 anos sem investimentos em infraestrutura

Diretor-geral de Polícia Penal, Josimar Pires, lembrou que o sistema penitenciário goiano ficou mais de 20 anos sem investimentos em estrutura. “Ficamos abandonados neste período”, revela. “Mas a partir de 2019, com a entrada do governador Ronaldo Caiado, já empregamos aproximadamente R$ 300 milhões em obras e aquisição de equipamentos por todo o Estado, revolucionando o sistema prisional goiano”, emenda.

“Estamos fazendo um esforço concentrado nas regionalizações das unidades prisionais e, consequentemente, na criação de novas vagas. O total de novas vagas criadas reduzirá significativamente a superlotação carcerária em Goiás, mantendo o sistema prisional cada vez mais humanizado e sob o controle do Estado”, finaliza Josimar Pires.

Desde 2019, o governo do Estado já investiu aproximadamente R$ 300 milhões no sistema penitenciário goiano. Esse recurso foi distribuído nas reformas e ampliações das 88 unidades prisionais, compras de equipamentos de informática e hospitalares, armamento e munições, dentre outros.

“Essas medidas de reestruturação influenciam no controle do cárcere. À medida em que as estruturas ficam melhores, o controle fica mais adequado, o que reflete diretamente nas ruas, na redução da criminalidade”, finaliza Josimar Pires.

Caiado entrega novas edificações no sistema prisional de Aparecida de Goiânia: “Hoje as penitenciárias em Goiás não são mais escritórios de bandidos” (foto: Júnior Guimarães)

Amplitude representa dignidade aos detentos, afirma promotor de Justiça

Para o promotor de Justiça Fernando Krebs, a inauguração das novas 1.600 novas vagas no Complexo Prisional de Aparecida representa “a maior virada histórica do sistema prisional em Goiás”. “Com as novas vagas, vamos quiçá resolver o problema da superlotação. Há pouco tempo, isso era inimaginável. É uma façanha histórica”, afirmou ao Diário de Aparecida.

De acordo com ele, os investimentos proporcionam dignidade aos detentos. “O maior problema que os presídios enfrentam é a superlotação. Esse quantitativo anunciado pelo governador é muito representativo nesse universo. Cela com 30 a 35 presos é tratamento sub-humano. Os detentos perdem suas liberdades, mas não a dignidade”, pontuou.

A professora doutora em sociologia Camila Nunes Dias avalia que a superlotação e as péssimas condições dos presídios brasileiros são as raízes para o surgimento de facções criminosas no país, além de doenças, motins, rebeliões, mortes e a degradação da pessoa humana. Para a especialista, o poder dessas organizações criminosas só diminuirá quando o Poder Público enfrentar diretamente o problema nas prisões brasileiras. Segundo Dias, “não apenas se apostar apenas na repressão a eles com polícia, com regime duro, com armas, bombas (…) não vai ter nenhum tipo de avanço”.

“Enquanto as prisões continuarem sendo celeiros de grupos criminais, a gente não vai resolver o problema. Vai se apagar o incêndio e daqui um ano ou seis meses, a gente vai estar falando de novo do assunto porque uma nova crise está acontecendo e é assim, cíclico”, argumentou.

A reinserção do ex-detento na sociedade tem como principal barreira o preconceito, principalmente na hora de se candidatar a uma vaga de emprego. De acordo com o promotor Krebs, o Estado precisa incentivar essa política, que é preconizada pela Lei de Execução Penal (LEP). “Os detentos pedem trabalho. Isso aí é representativo. Além de cumprir a sua pena, o cidadão contribuinte também quer que o preso trabalhe, porque ele se ocupa e dá sustento para a família, e cria a janela para a ressocialização”, disse.

 

 

 

 

 

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