O Conselho Federal de Medicina (CFM) divulgou pela primeira vez, nesta terça-feira (15), um levantamento detalhado sobre a razão de médicos por grupo de mil habitantes, destacando o aumento significativo em todas as 27 unidades federativas. Goiás, assim como outros estados, apresentou crescimento na quantidade de médicos, mas o CFM alerta para a dificuldade em atrair e manter esses profissionais em áreas mais afastadas ou de difícil acesso.
Entre 2010 e 2024, a maioria dos estados, incluindo Goiás, duplicou o número de médicos em relação à população, conforme mostra a nova Demografia Médica. Em alguns estados, o aumento foi superior a 100%. Apesar desse crescimento, o CFM ressalta que a concentração de médicos permanece alta nos grandes centros, enquanto cidades menores e regiões do interior enfrentam dificuldades para manter profissionais de saúde.
A pesquisa também revela que estados do Norte e Nordeste, como Maranhão e Pará, ainda registram as menores densidades de médicos, mesmo com avanços nos últimos 14 anos. Goiás, com uma média de 3,07 médicos por mil habitantes, está acima da média nacional, que também é de 3,07, aproximando-se dos índices observados em países da OCDE, como os Estados Unidos.
A capital de Goiás, Goiânia, segue a tendência das capitais brasileiras, concentrando um maior número de profissionais de saúde em comparação com o interior do estado. Segundo os dados, 52% dos médicos do Brasil estão nas capitais, onde vivem 23% da população, enquanto 48% atuam no interior, que abriga 77% dos brasileiros.
O CFM destacou ainda que, apesar do crescimento no número de médicos, o Brasil enfrenta o desafio de criar políticas públicas que incentivem a fixação desses profissionais em áreas mais carentes, onde a demanda por saúde é maior. Para o presidente do CFM, José Hiran Gallo, é fundamental que sejam desenvolvidas políticas de recursos humanos robustas e atrativos para que os médicos escolham atuar nessas regiões.
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