A previsão para o salário mínimo de 2025 já está definida: R$ 1.518. O valor foi calculado pelo governo e deve ser oficializado por meio de decreto nos próximos dias. A mudança segue a nova regra de reajuste aprovada pelo Congresso, que limita o crescimento do piso nacional a 2,5% acima da inflação, como parte de um pacote de contenção de gastos.
Com a alteração nas regras, o aumento será menor do que o previsto anteriormente. Caso fosse mantida a fórmula antiga, que considera a inflação mais a variação do PIB de dois anos antes, o salário mínimo subiria para R$ 1.528, representando um aumento de R$ 116 em relação ao valor atual de R$ 1.412. No entanto, com o teto de 2,5%, o reajuste será reduzido, resultando em um incremento de R$ 106.
A antiga fórmula, usada até 2019, determinava a reposição da inflação acumulada (calculada pelo INPC) e a variação do PIB. Agora, além dessas variáveis, foi incorporado o limite de despesas, o que impacta diretamente o valor final.
Impacto nos gastos públicos
A decisão de limitar o reajuste tem como objetivo conter os gastos públicos. Programas como aposentadorias, pensões, abono salarial e seguro-desemprego, que estão indexados ao salário mínimo, serão diretamente impactados pela medida. Essa estratégia está alinhada ao marco fiscal, que busca impor maior controle sobre as despesas obrigatórias do governo.
A equipe econômica do governo argumenta que o teto é necessário para equilibrar as contas públicas e evitar aumentos excessivos em benefícios sociais que poderiam comprometer o orçamento.
Histórico do salário mínimo
Nos últimos 29 anos, o reajuste do salário mínimo superou a inflação em 2,5% em 15 ocasiões. Sob a gestão de Jair Bolsonaro, o aumento seguiu o índice do INPC, resultando em reajustes mais conservadores. Já no governo Lula, a proposta de valorização do mínimo, semelhante à prática antes de 2019, foi retomada, mas com as adaptações impostas pelo novo marco fiscal.
Em 2023, o valor inicial do salário mínimo, enviado pelo governo anterior, era de R$ 1.302. No entanto, o presidente Lula elevou o piso para R$ 1.320 a partir de maio, decisão que já indicava o compromisso com a retomada da valorização salarial.
O novo valor de R$ 1.518, previsto para vigorar em 2025, será mais um passo dentro das regras revisadas. O impacto dessa mudança será monitorado, enquanto o governo mantém o foco na contenção de gastos e no equilíbrio fiscal.
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