Se Caiado falar sobre segurança, é melhor parar, ouvir e respeitar
Governo do PT tenta interferir na ação policial, responsabilidade dos Estados, para facilitar a vida dos criminosos
Ninguém, absolutamente ninguém, tem mais autoridade para falar sobre segurança pública no Brasil do que o governador Ronaldo Caiado. Ele é único porque conseguiu transformar Goiás no Estado com menor prevalência da criminalidade dentre todas as unidades federativas, um verdadeiro oásis onde não existem mais roubos de carros, ataques do novo cangaço, assaltos a bancos ou caixas eletrônicos e por aí afora, em um cenário onde inacreditavelmente foram reduzidos à insignificância todos os índices de delinquência, sem exceções, sem nenhuma facção em atividade.
Quando Caiado se manifesta sobre esse assunto, é melhor parar, ouvir e respeitar. Besteiras não saem jamais da boca dele. E assim, quando o governador define como “presente de Natal para a bandidagem” o decreto de Lula sugerindo restrições para o trabalho da polícia contra a bandidagem, as possibilidades de estar certo são de 99,99%. Primeiro, pela sua imensa autoridade como governante que realmente colocou um ponto final na espiral de violência em Goiás, ao contrário do resto do Brasil, e, segundo, pela incapacidade histórica dos governos do PT para enfrentar esse desafio. A esquerda, por definição, é leniente com o crime e os criminosos.
O decreto natalino de Lula deveria mirar quem atropela a lei, não quem a defende colocando em risco a própria vida. Onde é que já se viu proibir o uso de armas contra meliantes em fuga? Não tem sentido: como é que um policial, em segundos e sob ameaça de ataque, pode avaliar e concluir se um malfeitor está armado ou não? E o que é uma arma: um revólver, uma faca, uma pedra ou um pedaço de pau? A norma lulista tem obviamente a intenção de conter o trabalho dos agentes da segurança pública, não existe outra explicação. O Lula que se compadece pelos ladrões de celular, para ele vítimas da sociedade e da polícia, e o Lula que relativizou e elogiou um dos assaltantes mais célebres de São Paulo – Gino Meneghetti, ao dizer, em plena posse de Ricardo Lewandowski no Ministério da Justiça que ele, Meneghetti, roubava sem fazer vítimas.
De governos de esquerda não esperem jamais uma ação dura em defesa de todas as capitulações do Código Penal. Jamais. Ideologicamente, eles carregam até hoje a visão de que as desigualdades sociais é que produzem marginais – mártires dos desequilíbrios da economia, eternamente perseguidos por uma polícia truculenta que precisa ser contida a todo custo. É assim que um desembargador destrambelhado defendeu em Goiás o fim da Polícia Militar, sob a celebração delirante de O Popular. O jornal da família Câmara nunca conseguiu disfarçar o seu ódio pela PM, uma instituição sobre a qual sistematicamente só publica notícias negativas.
Caiado pode virar presidente da República graças à façanha que protagoniza em Goiás, pela qual foi ironizado por Lula em uma recente reunião de governadores para discutir a segurança pública – mais uma vez um evento típico da empulhação dos marqueteiros do PT. Em tom de deboche, o petista se declarou espantado por saber de um Estado onde a criminalidade foi dominada e partiu para a gozação ao prometer enviar Lewandowski para conhecer de perto essa novidade. Quis fazer piada com Caiado, que reagiu com elegância e educação retrucando que um assunto de tamanha gravidade não poderia ser tratado assim, com zombaria.
O decreto de Lula, felizmente, não é impositivo. É uma insanidade, enviando para o mundo do crime o recado de que o governo federal não será obstáculo, como não é, para a livre proliferação da delinquência no País. Parênteses: menos em Goiás, onde Caiado não aceita interferências e não recua um milímetro na tolerância zero com todos os que tenham a ousadia de cruzar os limites da lei. Venhamos e convenhamos: um governador com uma realização como essa na área de maior preocupação de todos os brasileiros, como a segurança pública, teria, sim, uma contribuição muito grande a dar ao Brasil caso se tornasse presidente da República.