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Após 467 dias de guerra, Israel e Hamas firmam cessar-fogo com medidas inéditas

Acordo prevê libertação de reféns, retirada de tropas e início da reconstrução de Gaza, com mediação internacional e promessas de paz gradual

Depois de mais de um ano de combates intensos na Faixa de Gaza, com números devastadores de vítimas, Israel e Hamas chegaram a um acordo histórico para cessar as hostilidades. O anúncio foi feito nesta quarta-feira (15), em Doha, pelo primeiro-ministro do Catar, Mohammed bin Abdulrahman, que mediou as negociações ao lado de Egito e Estados Unidos. A trégua, que entra em vigor no domingo (19), promete passos concretos rumo ao fim definitivo do conflito.

Um dos pilares do acordo é a libertação progressiva de reféns. Na primeira fase, 33 pessoas que estavam sob poder do Hamas serão devolvidas a Israel. Em contrapartida, mais de 1.000 prisioneiros palestinos, incluindo 30 condenados à prisão perpétua, serão libertados por Israel. As negociações para a liberação dos demais reféns devem começar na segunda etapa, prevista para pouco mais de duas semanas após o início da trégua.

Além disso, o acordo estabelece a retirada gradual das tropas israelenses de Gaza, com planos para proteger áreas fronteiriças e evitar novos confrontos. Um dos pontos mais sensíveis, o controle do corredor de Filadélfia, será reorganizado para impedir o contrabando de armas, enquanto moradores desarmados do norte de Gaza poderão retornar às suas casas.

Ajuda humanitária e reconstrução

A crise humanitária em Gaza, descrita pela ONU como alarmante, também é alvo do acordo. O tratado prevê um aumento significativo na entrada de ajuda humanitária, essencial para os 2,3 milhões de habitantes da região, devastada por bombardeios e incursões militares. Organizações internacionais serão responsáveis por coordenar a distribuição e garantir o acesso a suprimentos básicos.

A fase final do plano inclui esforços de reconstrução e discussões sobre o futuro governamental de Gaza. Enquanto Israel insiste em evitar a permanência do Hamas no poder, a comunidade internacional defende uma administração palestina reformada, com apoio da ONU e aliados.

Repercussões e desafios

O anúncio do cessar-fogo gerou reações diversas. Em Gaza, centenas comemoraram nas ruas, enquanto em Tel Aviv, protestos silenciosos exigiam a volta dos reféns. O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, celebrou o acordo e destacou sua importância para a paz na região, lembrando que a proposta inicial foi apresentada por ele em maio de 2024. Por outro lado, o Hamas classificou o acordo como um “fracasso de Israel” na ocupação do território.

 

 

 

 

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