Durante rápida volta ao Senado para reassumir o mandato, o ministro do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome, Wellington Dias (PT-PI), explicou os principais fatores que aumentaram o preço nas prateleiras dos mercados, além de apontar as principais ações do governo para reduzir o valor dos produtos alimentícios nos próximos meses.
“A gente teve vários fatores [que afetaram o preço dos alimentos]. Primeiro, a demanda cresceu, porque cresceu a renda. As pessoas têm agora um aumento real do salário mínimo; outras, pelos acordos coletivos, estão melhorando a renda; os servidores tiveram aumento – antes era salário congelado; outros que estão atuando como empreendedores. Ou seja, tudo isso faz ampliar o consumo: compra mais arroz, compra mais fubá, derivado do milho, compra mais café”, disse Wellington.
Outro fator indicado pelo ministro foi a valorização do dólar em 2024, que ele aponta como “artificial”. “Tanto que agora, quando o Banco Central cumpre com o seu papel, [o valor do real] volta à normalidade e o dólar vai caindo”, disse, acrescentando que outros problemas, como secas, enchentes e incêndios, também afetaram as colheitas de alimentos no ano passado.
Com previsão de safra recorde de grãos em 2025, Wellington diz que as grandes colheitas esperadas nos próximos meses são resultado de iniciativas do governo para aumentar a produção de alimentos desde o ano passado, como a redução dos juros para a produção de arroz no Brasil.
Neste ano, o governo Lula deve fomentar ainda mais o aumento da produção de alimentos, descartadas medidas populistas ou intervencionistas, como cotas ou controles de preços. Em vez disso, a prioridade será o aumento da produção e o apoio a pequenos e médios produtores, além de buscar diálogo com o setor privado para normalizar a situação.
Outra medida apontada pelo ministro, com foco específico na população mais pobre, é uma forte atuação do governo no Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), que compra produtos da agricultura familiar e os destina a pessoas em situação de vulnerabilidade nutricional e redes públicas de assistência social.
Redução da pobreza e saída do Mapa da Fome
Wellington Dias reforça que o Brasil deve sair do Mapa da Fome pela segunda vez. Após conquistar esse feito em 2014, com a presidenta Dilma, o país acabou voltando a esse patamar no triênio 2019-2021.
“Nós vamos completar o triênio 2023-2025 com redução da insegurança alimentar. Na prática, significa que tiramos 33,1 milhões de pessoas dessa condição e reduzimos para 8,7 milhões [em 2023]. Ainda não saiu o resultado de 2024, mas acredito que ficou entre 4 milhões. E, em 2025, mais queda ainda”, afirma.
Para ele, o Brasil deverá sair do Mapa da Fome em 2026. “Em julho de 2026, queremos estar em Washington, na sede da ONU, anunciando, com o presidente Lula, o Brasil fora do Mapa da Fome pela segunda vez”, diz.
Outro feito que Wellington quer celebrar é o país alcançar o mais baixo nível de miséria da história. Isso já foi alcançado em 2023, quando a população brasileira na faixa da extrema pobreza caiu de 5,9% (2022) para 4,4%, a menor proporção desde 2012, segundo pesquisa divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Ele celebrou ainda o fato de terem saído do Bolsa Família mais de 1,3 milhão de famílias apenas em 2024, graças especialmente ao aumento da oferta de vagas de emprego no país neste terceiro mandato de Lula.
“Mais de 90% dos 3,5 milhões de empregos formais criados foram inscritos no Cadastro Único, o povo do Bolsa Família. Então, o povo quer trabalhar, não quer mais ‘empreguinho’, muitas vezes informal. Ele quer trabalhar, quer um emprego em que possa ter auxílio-alimentação, auxílio-transporte, possa ter ali uma dignidade”, disse.
Previsões para 2025
O ministro também afirma que acertou no alvo nas previsões para os dois primeiros anos do governo Lula e, se confirmadas as suas projeções, o Brasil terá mais um novo período de alta.
“Eu acertei 2023. Eu dizia: o país vai crescer entre 2,5% e 3% – cresceu 2,9%. Em 2024, um pessimismo danado. De novo, eu disse: vamos crescer no mínimo 3,5%. Foi lacrado. E eu estou dizendo agora que vamos crescer de 3,5% a 4% em 2025. Por quê? Porque cresceu a renda, cresceu a massa salarial, cresceram os investimentos, e isso vai dar bons resultados”, aponta.
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