Goiás lidera geração de empregos no Brasil em fevereiro e puxa alta histórica de vagas formais no país
Estado registrou crescimento recorde de 1,30% no número de vínculos celetistas; país criou mais de 430 mil postos formais e setor de serviços lidera alta
Goiás foi o estado brasileiro com maior variação percentual na criação de empregos com carteira assinada em fevereiro, segundo dados do Novo Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados) divulgados nesta sexta-feira (28) pelo Ministério do Trabalho e Emprego. O saldo de 20.584 postos formais representa um crescimento de 1,30% em relação ao estoque de vínculos celetistas do mês anterior, superando todos os demais estados da federação.
O bom desempenho goiano foi impulsionado, principalmente, pelo setor de serviços e pela construção civil, refletindo os efeitos de obras públicas em andamento e da reestruturação de atividades econômicas regionais.
“O mercado de trabalho goiano é sensível aos investimentos públicos e ao crédito para pequenas e médias empresas. A retomada de obras federais e estaduais, como as do PAC e programas habitacionais, dinamizou a contratação em fevereiro”, avalia o economista Carlos Eduardo Mendonça, consultor em desenvolvimento regional.
📈 Brasil cria mais de 431 mil vagas e bate recorde da série histórica
O Brasil fechou o mês de fevereiro com um saldo de 431.995 empregos formais, o maior já registrado desde o início da nova série histórica do Caged, iniciada em 2020. No total, foram 2.579.192 admissões contra 2.147.197 desligamentos.
No acumulado do ano, o país já registra 576.081 postos formais criados. Já no período de 12 meses, o saldo chega a 1.782.761 novas vagas.
O número total de vínculos celetistas ativos em fevereiro foi de 47.780.769, o que corresponde a uma variação positiva de 0,91%.
Segundo o ministro do Trabalho, Luiz Marinho, o resultado reflete a política de investimentos e reindustrialização adotada pelo governo federal.
“Estamos estimulando a produção nacional e substituindo importações por equipamentos feitos no Brasil. Esse esforço, somado à transição climática e aos investimentos sustentáveis, tem gerado resultados consistentes”, afirmou o ministro.
🏗️ Setor de serviços lidera contratações
Entre os setores da economia, serviços lideraram com a criação de 254.812 postos, representando uma variação de 1,1% em relação a janeiro.
Em seguida aparecem:
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Indústria: 69.884 novos postos (+0,78%)
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Comércio: 46.587 (+0,44%)
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Construção: 40.871 (+1,41%)
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Agropecuária: 19.842 (+1,08%)
Segundo a especialista em relações do trabalho e políticas públicas, Maria Cecília Bentes, o desempenho do setor de serviços está atrelado à recuperação do consumo interno.
“Serviços voltados ao consumidor, como alimentação, estética, logística e turismo, puxaram o resultado. Com a inflação sob controle, o brasileiro voltou a consumir com mais segurança”, explica.
💼 Jovens e mulheres dominam novas contratações
As mulheres ocuparam 229.163 vagas em fevereiro, enquanto os homens preencheram 202.832. A faixa etária com maior saldo foi a de 18 a 24 anos, com 170.593 novos postos.
Entre os níveis de escolaridade, o ensino médio completo apresentou saldo de 277.786 vagas.
Na análise por faixa salarial, a maior concentração de empregos foi registrada entre 1 e 1,5 salários mínimos, com 312.790 postos.
Por raça/cor, pessoas pardas lideraram o saldo de contratações com 269.129 postos, seguidas por brancas (189.245).
💸 Salário médio de admissão recua
O salário médio de admissão em fevereiro foi de R$ 2.205,25. Em relação ao mês anterior, houve queda real de R$ 79,41, o que representa uma variação negativa de 3,48%.
“Apesar da melhora no número de vagas, a qualidade salarial ainda preocupa. O mercado segue contratando com valores abaixo da média pré-pandemia, o que reflete a fragilidade da recuperação do poder de compra”, analisa o economista e pesquisador do mercado de trabalho Vinícius Arantes.
🌎 Panorama nacional: todos os estados, menos Alagoas, cresceram
Com exceção de Alagoas, que registrou perda de 5.471 postos, todos os estados brasileiros tiveram saldo positivo de empregos formais em fevereiro.
Os maiores saldos absolutos foram:
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São Paulo: 137.581 vagas
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Minas Gerais: 52.603
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Paraná: 39.176
Os piores desempenhos, além de Alagoas, foram:
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Acre: 429 novos postos
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Paraíba: 525 postos
Em termos proporcionais (variação em relação ao estoque), os destaques foram:
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Goiás: 1,30%
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Tocantins: 1,25%
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Mato Grosso do Sul: 1,24%
🏦 Crescimento contraria política do Banco Central
O bom desempenho do mercado de trabalho, no entanto, contrasta com a política de juros altos adotada pelo Banco Central. A taxa Selic, mantida em 14,25%, foi alvo de críticas do ministro do Trabalho, que defendeu mais produção como caminho para conter a inflação.
“Com juros altos, não se resolve a inflação. As pessoas não vão deixar de comer carne ou arroz por causa disso. O país precisa produzir mais, gerar emprego e estimular a indústria nacional”, afirmou Luiz Marinho.
A fala reforça o embate entre o Palácio do Planalto e o Banco Central sobre os rumos da política monetária. Para especialistas, a manutenção do ritmo de criação de empregos dependerá do equilíbrio entre incentivo produtivo e estabilidade fiscal.
✅ Resumo dos dados do Caged – Fevereiro de 2025
Indicador | Resultado |
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Saldo de empregos no Brasil | +431.995 |
Saldo acumulado no ano | +576.081 |
Vínculos ativos | 47.780.769 |
Salário médio | R$ 2.205,25 |
Estado com melhor variação | Goiás (+1,30%) |
Setor com mais vagas | Serviços (254.812) |
Gênero com mais vagas | Mulheres (229.163) |
Faixa etária com mais vagas | 18 a 24 anos (170.593) |