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Caiado diz que direita está ‘totalmente articulada’ e nega divisão entre pré-candidatos ao Planalto em 2026

Governador de Goiás participou de ato ao lado de Bolsonaro na Avenida Paulista e defendeu “resgate do Brasil” por meio da união entre lideranças conservadoras

Em meio ao fortalecimento dos blocos políticos rumo à sucessão presidencial de 2026, o governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil), afirmou neste domingo (6), durante ato organizado por aliados do ex-presidente Jair Bolsonarona Avenida Paulista, que a direita conservadora brasileira está “totalmente articulada”. O evento reuniu apoiadores do ex-mandatário, lideranças religiosas e políticos de diversas regiões do país em defesa da anistia aos envolvidos nos atos antidemocráticos de 8 de janeiro de 2023, em Brasília.

Caiado, que recentemente lançou sua pré-candidatura ao Planalto, em 4 de abril, em Salvador (BA), buscou desmentir rumores de racha entre nomes da direita, ao afirmar que todas as pré-candidaturas serão respeitadas.

“Estamos todos comprometidos com o Brasil. A direita está articulada. Cada pré-candidato será respeitado, e a decisão lá na frente será fruto de diálogo e maturidade. Nosso objetivo é resgatar o país”, disse o governador goiano ao lado de aliados de Bolsonaro, durante a mobilização.


🗳️ Alinhamento estratégico da direita e presença de governadores

Além de Caiado, o ato contou com a presença dos governadores Jorginho Mello (PL-SC), Wilson Lima (União Brasil-AM) e Mauro Mendes (PL-MT), reforçando o tom de unidade do campo conservador. Cláudio Castro (PL-RJ)cancelou sua participação de última hora devido às fortes chuvas no Rio de Janeiro.

Antes do início da manifestação, Bolsonaro se reuniu com os governadores em um encontro reservado, o que foi interpretado como um gesto político para garantir a coesão do grupo em torno de uma agenda comum, mesmo diante da multiplicidade de pré-candidaturas para a disputa presidencial de 2026.

Além de Bolsonaro e Caiado, os nomes citados como presidenciáveis pela direita incluem Romeu Zema (Novo-MG), Ratinho Junior (PSD-PR) e Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP) — este último ainda visto como o “nome mais palatável” do bolsonarismo ao centro político.


📣 Ato com tom eleitoral e bandeira da anistia

Com forte apelo simbólico, o ato deste domingo serviu como nova demonstração de força da base bolsonarista. Faixas, camisetas e cartazes pediam “anistia já” para os envolvidos nos atos de 8 de janeiro, com destaque para o caso da manifestante Débora dos Santos, condenada a 14 anos de prisão por pichar a estátua da Justiça, em frente ao STF. Um batom inflável gigante foi exibido por apoiadores em referência à tinta usada por Débora, hoje transformada em símbolo da causa.

Lideranças religiosas como o pastor Silas Malafaia marcaram presença, reforçando a aliança entre setores evangélicos e o campo conservador político. Malafaia discursou pedindo que o Congresso avance com o projeto de anistia, atualmente travado por falta de consenso entre as bancadas.


📊 Análise: unidade tática, mas com disputa latente

Embora o discurso oficial negue qualquer divisão, a multiplicidade de pré-candidatos conservadores evidencia um embate interno em curso. A fala de Caiado busca demonstrar articulação estratégica, mas os bastidores mostram que há diferentes interpretações sobre quem deve herdar o legado político de Bolsonaro — especialmente após sua inelegibilidade até 2030, determinada pelo TSE.

“O que está em jogo agora é quem consegue unir o campo conservador com viabilidade eleitoral e apelo nacional. Bolsonaro ainda é o maior cabo eleitoral da direita, mas os governadores querem espaço real para suas agendas”, explica o cientista político Rodrigo Amaral, especialista em sistemas partidários.

O desafio, segundo analistas, será manter a unidade narrativa sem fragmentar votos em um primeiro turno competitivo em 2026. A expectativa de alguns líderes é que uma coalizão seja formada ainda em 2025, após definição de pesquisas e cenários.


🧭 Caiado busca protagonismo nacional

Ao se posicionar como defensor da articulação da direita, Caiado tenta reafirmar protagonismo dentro da União Brasile se consolidar como nome viável para liderar uma eventual frente ampla conservadora. Médico, ex-deputado e ex-senador, o governador goiano é conhecido por seu discurso duro contra a esquerda, mas também por manter pontes institucionais com setores do centro e com o Congresso.

“Caiado tenta ocupar o espaço deixado por Bolsonaro no debate institucional, com menos confronto direto ao Judiciário e mais foco em construção política”, observa Amaral.


📍Conclusão: direita ensaia unidade com múltiplas lideranças

A participação de Ronaldo Caiado no ato da Paulista sinaliza o esforço da direita em manter uma narrativa unificada, apesar da existência de múltiplos candidatos. O discurso da “articulação total” visa tranquilizar a base e projetar uma imagem de força coesa para 2026.

Se a articulação se traduzirá em consenso efetivo ainda é incerto, mas o movimento reforça que, mesmo sem Bolsonaro nas urnas, o campo conservador está longe de sair do protagonismo político nacional.

Fernanda Cappellesso

Olá! Sou uma jornalista com 20 anos de experiência, apaixonada pelo poder transformador da comunicação. Atuando como publicitária e assessora de imprensa, tenho dedicado minha carreira a conectar histórias e pessoas, abordando temas que vão desde política e cultura até o fascinante mundo do turismo.

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